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.: Furadeira Elétrica :.

Objetivo
Justificativa
Normas e documentos de referência
Laboratório responsável pelos ensaios
Marcas analisadas
Informações das Marcas Analisadas

Ensaios realizados e resultados obtidos
Resultado geral
Posicionamento dos Fabricantes
Comentários sobre os resultados
Conclusões
Conseqüências

OBJETIVO

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de 09 (nove) diferentes marcas de furadeira elétrica consiste em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Divisão de Orientação e Incentivo à Qualidade do Inmetro e que tem por objetivos:

    1. prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos e serviços aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
    2. fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos, tornando-a mais competitiva;
    3. diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada;
    4. tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas, modelos ou lotes de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade. Além disso, as análises coordenadas pelo Inmetro, através do Programa de Análise de Produtos, têm caráter pontual, ou seja, são uma "fotografia" da realidade, pois ela retrata a situação do mercado naquele período em que as análises são conduzidas.

JUSTIFICATIVA

A análise de conformidade realizada no produto Furadeira Elétrica vai ao encontro do Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção do produto a ser analisado, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados à questões que envolvam a segurança do consumidor

Terapia ocupacional, desmistificação da dificuldade de uso, adequação do equipamento pelos fabricantes ou contenção de gastos com a contratação de prestadores de serviços, são as justificativas para o crescimento do segmento de ferramentas para uso em lazer e hobby.

O mercado tinha um conjunto de opções básicas para um público profissional. Com isso, sempre encontrávamos os mesmos produtos com as mesmas expectativas de uso. Com a mudança de comportamento do consumidor brasileiro, houve uma profunda mudança no mercado de ferramenta e na oferta dos produtos. Antes, para se operar uma furadeira, o usuário tinha que ser um técnico com conhecimento prévio do equipamento. Hoje o produto é muito mais fácil de manusear, principalmente pela adequação dessa ferramenta a mudança do perfil do consumidor, que antes era basicamente de homens na faixa de 35 anos de idade, e agora passou a incluir jovens, solteiros e, principalmente, mulheres, que optam por adquirir estes produtos para trabalhos domésticos.

Devido a este crescimento de consumo é que o Inmetro resolveu empreender uma análise em furadeira elétrica.

Neste relatório são apresentadas as descrições dos ensaios realizados, as não conformidades detectadas, os riscos que apresentam para os usuários do produto e as principais conclusões a respeito dos resultados encontrados.

NORMAS E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Para a realização dos ensaios foram utilizadas os seguintes documentos de referência:

  • IEC 60745/2001 – Hand-held motor-operated eletric tools – Safety – Part 1: General requirements.
  • IEC 60745-2-1/1992 – Safety of hand-held motor-operated electric tools – Part 2: Particular requirements for drills.

LABORATÓRIO RESPONSÁVEL PELOS ENSAIOS

Os ensaios de segurança foram realizados pelo LABELO - Laboratórios Especializados em Eletro-Eletrônica, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre, integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios - RBLE e credenciado pelo Inmetro para ensaios em aparelhos eletrodomésticos em geral.

MARCAS ANALISADAS

A análise foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada em 12 (doze) Estados: Goiás, Amazonas, Pará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, onde foram encontradas 16 marcas de furadeira elétrica.

Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência do mercado quanto à conformidade do produto, não é necessário analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas, com base na tradição, regionalização e participação de cada marca no mercado nacional, 09 (nove) diferentes marcas de furadeira elétrica, 04 (quatro) nacionais e 05 (cinco) importadas, para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.

A tabela I, a seguir, relaciona os fabricantes/importadores que tiveram amostras de seus produtos analisadas.

Tabela I

Marcas / Modelo

Potência (W)

Fabricantes/Importadores

Origem

A

600

A'

-

B

450

B'

-

C

400

C'

-

D

400

D'

-

E

500

E'

-

F

800

F'

-

G

380

G'

-

H

400

H'

-

I

500

I'

-

 

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

ENSAIOS REALIZADOS E RESULTADOS OBTIDOS

Foram compradas 03 (três) amostras de cada uma das marcas selecionadas, que foram submetidas aos ensaios de segurança descritos pelas normas técnicas. Os ensaios foram divididos nas seguintes categorias:

  1. Marcações e Instruções
  2. Detalhes Elétricos
  3. Detalhes Mecânicos
  4. Detalhes Construtivos

a. Marcações e Instruções:

Esta categoria verifica se o corpo do aparelho e o manual de instruções que o acompanha trazem todas as informações que devem estar disponíveis ao usuário sobre o produto.

O corpo do aparelho deve estar marcado, de forma duradoura e legível, com as especificações técnicas sobre o produto como, por exemplo, sua potência ou corrente nominal, a tensão em que tem que ser ligado na rede elétrica, bem como o símbolo da classe de proteção que o aparelho oferece contra choque elétrico e contra a penetração de água. Além da presença da marcação, também é verificada a grafia das unidades, ou seja, se foram escritas corretamente.

De acordo com a norma técnica, as furadeira elétrica devem ser classe 2, no que diz respeito à isolação das partes vivas, visando a proteção contra choque elétrico, e, pelo menos, IPX0, quanto à proteção contra a penetração de água. Essas indicações costumam ser encontradas, em alto relevo, no plugue do aparelho.

Algumas marcações são exigidas pela norma específica, são elas:

  • Tensão nominal ou faixa de tensão;
  • Símbolo da natureza da alimentação ou freqüência nominal ou faixa de freqüência;
  • Potência (W) ou corrente (A)
  • Nome do fabricante ou nome comercial;
  • Modelo do fabricante ou tipo de referência;
  • Endereço do fabricante ou país de origem;
  • Velocidade sem carga, quando exceder 10.000 rev/min, precedida pelo símbolo n0;
  • Diâmetro máximo da abertura do mandril

Além disso, o manual de instruções deve trazer todas as informações consideradas relevantes sobre o aparelho, principalmente sobre a sua utilização e manutenção, de modo que ele possa ser utilizado com segurança, redigidas de forma clara e em português.

A tabela II mostra a relação entre o nº de não conformidades encontradas para cada marca x nº de informações/marcações verificadas.

Tabela II

Marca

Resultado

H

02 não conformidades em 68 itens verificados

C

02 não conformidades em 68 itens verificados

B

05 não conformidades em 68 itens verificados

F

06 não conformidades em 68 itens verificados

G

07 não conformidades em 68 itens verificados

A

10 não conformidades em 68 itens verificados

E

11 não conformidades em 68 itens verificados

D

20 não conformidades em 68 itens verificados

I

22 não conformidades em 68 itens verificados

Nessa categoria de ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas não conformes.

b. Detalhes Elétricos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Proteção contra Choques Elétricos:

    Nesse ensaio é aplicado dispositivo (dedo padrão articulado) que verifica, através de simulações, se o aparelho oferece proteção adequada contra contatos acidentais com partes que tenham risco de expor os usuários a choque elétrico (partes vivas) durante qualquer tipo de operação, seja durante uma simples limpeza do aparelho ou por uma atividade anormal como, por exemplo, pela inserção de uma ferramenta ou do próprio dedo no interior da carcaça do aparelho.

    De acordo com a norma, o dedo-padrão não deve tocar nenhuma parte viva da ferramenta quando operada em utilização normal, em todas as posições possíveis, mesmo após abrir tampas e remover partes destacáveis.

    Neste ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas conformes

  2. Aquecimento

    Neste item o motor não deve atingir excessivas temperaturas em condições de carga normal.

    A ferramenta é operada continuamente com o mecanismo de impacto desengatado, se houver, enquanto o torque é aplicado ao eixo.

    A temperatura é determinada por meios de finos termopares. Durante o ensaio, dispositivos de proteção não devem operar e as temperaturas não devem exceder os valores estabelecidos pela norma, com o risco do usuário se queimar durante a utilização da ferramenta.

    Neste ensaio, duas marcas foram consideradas não conformes: F e I, pois a ferramenta não atingiu a potência indicada. Como a norma cita que para se fazer a medição da temperatura a ferramenta deve atingir a potência indicada, o ensaio foi interrompido e as amostras consideradas não conforme. As amostras das outras marcas foram consideradas conformes.

    Esta não conformidade está relacionada com o desempenho do produto, já que a ferramenta não consegue atingir a potência prometida pelo fabricante quando utilizada normalmente.

  3. Corrente de Fuga:

Esse ensaio verifica, através de medição, se há fuga de corrente do aparelho, ou seja, se mesmo desligado, mas conectado à rede elétrica através do plugue de alimentação, a furadeira elétrica consome energia, o que pode representar aumento do valor da conta de luz.

Essa medição é feita após a aplicação de uma sobretensão no aparelho.

A corrente de fuga, como é mais conhecida, é a corrente elétrica que "escapa" do aparelho e que tem como principais causas: emendas e isolação mal feitas de fios ou fios desencapados.

Além do aumento do consumo de energia, a corrente de fuga representa risco à segurança do usuário, pois pode causar choque elétrico.

Todas as amostras analisadas apresentaram valor de corrente de fuga abaixo do limite máximo estabelecido pela norma e, portanto, foram consideradas conformes.

Observação:

O problema de corrente de fuga pode ocorrer com qualquer aparelho e o consumidor pode facilmente verificar sua existência. Basta desligar todos os aparelhos das tomadas, conectar o aparelho que se pretende verificar e apagar as luzes. Se, após 15 minutos, o disco do medidor de energia ("relógio de luz") continuar girando é porque há fuga de corrente.

Após a medição da corrente de fuga, a isolação é submetida, mais uma vez, a uma sobretensão a fim de verificar se há a emissão de descargas disruptivas, que é um fenômeno associado à falha da isolação por esforço elétrico que acarreta queda brusca da tensão e interrupção da passagem de corrente elétrica, que representa risco de choque elétrico para o usuário do aparelho.

Novamente, todas as marcas analisadas foram consideradas conformes.

c. Detalhes Mecânicos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Resistência à Umidade:

Nesse ensaio, as amostras são colocadas em uma câmara com umidade e temperatura controladas, sendo que a umidade relativa do ar é elevada a 93%, durante 48 horas. Terminado esse período, as amostras são novamente submetidas aos ensaios anteriores.

Este procedimento visa simular o comportamento do aparelho, durante seu funcionamento normal, em ambientes com umidade elevada.

Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

  1. Operação em Condição Anormal:

    De acordo com o estabelecido pela norma técnica, os circuitos eletrônicos das furadeiras elétricas devem ser projetados de modo a evitar riscos de incêndio e danos mecânicos que prejudiquem a segurança ou a proteção contra choque elétrico, em conseqüência de funcionamento anormal ou manuseio descuidado por parte do usuário.

    Dessa forma, as amostras são colocadas em funcionamento e submetidas ao mesmo ensaio duas vezes. A primeira, com potência ligeiramente inferior à nominal e a segunda, ligeiramente superior. Em ambos os casos, para as furadeiras elétricas, qualquer controle que limite a temperatura durante o ensaio é curto-circuitado e qualquer controle que limite a pressão durante o ensaio é colocado fora de operação.

    Durante os ensaios, as amostras não devem emitir chamas, metal fundido, gases tóxicos ou inflamáveis em quantidades perigosas.

    Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

  2. Rigidez Mecânica e Riscos Mecânicos:

    Esse ensaio simula situações de possíveis solicitações, às quais a resistência da carcaça do aparelho pode ser exposta durante seu funcionamento normal (utilização e manuseio). É o caso de impactos provenientes de quedas.

    Após o ensaio, as amostras não devem ter sofrido danos que coloquem em risco a segurança do consumidor, principalmente no que se refere à exposição de partes vivas que possam causar choque elétrico ou danos estruturais que possam ocasionar lesões ao usuário do produto.

    Também verifica se existe algum risco ao usuário proveniente de torque repentino.

    Todas as amostras das marcas analisadas foram considerados conformes.

  3. Resistência ao Calor, Fogo e Trilhamento:

Nesse ensaio, através da simulação de situações de acidente, as partes externas e não metálicas da furadeira elétrica são submetidas, durante funcionamento normal, à solicitações que verificam se as amostras analisadas são resistentes ao calor, à combustão, ou seja, se pegam fogo e, caso haja princípio de incêndio, se há propagação de chama.

Ao término dos ensaios, as partes analisadas devem se mostrar suficientemente resistentes ao calor e à chama e não devem apresentar qualquer dano físico que possa prejudicar a conformidade dos aparelhos aos requisitos técnicos normativos e, conseqüentemente, colocar em risco a segurança do usuário do produto.

A resistência à deformação pelo calor é verificada através do ensaio denominado ball pressure. Uma esfera é pressionada contra as principais partes externas do aparelho, a uma determinada temperatura (125°C ± 2°C), durante 1 (uma) hora. A conformidade é verificada através da medição da profundidade da impressão feita pela esfera no ponto onde é aplicada. Segundo a norma, a profundidade da impressão deve ser inferior a 2 mm (dois milímetros).

A combustão e propagação da chama são verificadas através da colocação de um objeto (fio) incandescente em contato com as partes do aparelho.

Em ambos os ensaios, as partes da furadeira elétrica verificadas foram: a chave LIGA/DESLIGA, a carcaça, e o plugue de alimentação.

No ensaio de ball pressure, duas marcas foram considerdas não conformes, são elas: A e I, pois houve deformação parcial (A) e total (I) do material utilizado na chave liga/desliga.

Quanto ao ensaio de combustão e de propagação de chama, todas as amostras foram consideradas conformes.

d. Detalhes Construtivos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Construção e Fiação Interna:

    É verificada uma série de características construtivas relacionadas, principalmente, às propriedades de isolação dos condutores (fios) que compõem a parte elétrica da ferramenta e à possibilidade de ocorrência de choque elétrico no caso de contato entre condutores e partes metálicas internas, como, por exemplo, a resistência dos condutores à solicitações elétricas e mecânicas que podem expor partes vivas. O atendimento a essas características garantem o uso e manuseio seguros da furadeira elétrica em funcionamento normal.

    Verifica-se, também, a elevação de temperatura de partes que entram em contato com a mão do usuário durante funcionamento normal e a presença de arestas cortantes ou irregulares que ofereçam risco de lesão.

    Das 09 (nove) marcas analisadas, apenas a marca D foi considerada não conforme, pois apresentava em sua amostra um fio esmagado durante a montagem, podendo ocasionar risco de choque elétrico ao usuário, além do mau funcionamento do aparelho.

  2. Componentes:

Nesse item são realizados ensaios que verificam a resistência de interruptores e cordões de alimentação a solicitações mecânicas. Em ambos os casos, os componentes devem resistir suficientemente aos esforços previstos sem que, ao término dos ensaios, os aparelhos ofereçam risco à segurança do usuário.

Quanto aos cordões de alimentação, as características verificadas incluem o dimensionamento da seção transversal (diâmetro) do fio em função da corrente elétrica que alimentará o aparelho, o material utilizado na confecção dos mesmos, o tamanho máximo permitido, a flexibilidade do cordão quando submetido a movimentos que simulam aqueles ocorridos durante a utilização do aparelho, se há contato físico do cordão com bordas cortantes, entre outras.

As ligações responsáveis pelo contato dos condutores e o acesso a elas também são verificadas.

Segundo a norma técnica, essas ligações não podem ser acessíveis sem a ajuda de uma ferramenta e devem ser feitas por amarração, seguida de prensagem e soldagem, a fim de garantir fixação adequada e a segurança do usuário quanto ao risco de que o condutor se solte e toque alguma parte metálica, transformando-a em parte viva.

Das 09 (nove) marcas analisadas, 07 (sete) foram consideradas não conformes, em pelo menos uma das características verificadas. São elas: A, B, D, F, E, G e I.

A tabela III descreve as irregularidades detectadas em cada uma das amostras consideradas não conformes:

Tabela III

Marcas

Não Conformidades Detectadas

A

  • Falta identificação da norma correspondente
  • O diâmetro do cordão de alimentação é inferior ao valor definido pela norma para a corrente elétrica que passa por ele.
  • Isolação do cabo de alimentação foi danificada pela ancoragem.

  • Rompimento completo do cabo de alimentação durante o ensaio de flexibilidade.

B

  • A fixação dos condutores era consolidada apenas por solda.

D

  • Isolação do cabo de alimentação foi danificada pela ancoragem.

  • Rompimento completo do cabo de alimentação durante o ensaio de flexibilidade.

E

  • Rompimento do cabo de alimentação durante o ensaio de flexibilidade.

  • Isolação do cabo de alimentação foi danificada pela ancoragem.

F

  • O diâmetro dos condutores é inferior ao especificado pela norma para a corrente elétrica que passa pelo cordão de alimentação.

G

  • Não possui ancoragem adequada.
  • A fixação dos condutores era consolidada apenas por solda.

I

  • Isolação do cabo de alimentação foi danificada pela ancoragem.
  • Houve um deslocamento superior a 2mm do cordão de alimentação no ensaio de tração.
  • Não possui ancoragem adequada.

A utilização de fio com diâmetro inferior ao especificado para a corrente elétrica informada pelo fabricante para o produto, pode possibilitar superaquecimento do cordão de alimentação, em função da redução do tempo de vida útil do condutor e desperdício de energia elétrica provocado pelo aquecimento. Danos físicos ao cabo podem acarretar a exposição de partes que podem causar choque elétrico ou curto-circuito e mau funcionamento do aparelho.

RESULTADO GERAL

A tabela IV relaciona a situação das marcas analisadas em relação a cada uma das categorias verificadas e a conclusão final.

Tabela IV

Ensaios

Marcas Marcações e Instruções Detalhes Elétricos Detalhes Mecânicos Detalhes Construtivos Conclusão
A Não Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme Não Conforme
B Não Conforme Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme
C Não Conforme Conforme Conforme Conforme Não Conforme
D Não Conforme Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme
E Não Conforme Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme
F Não Conforme Não Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme
G Não Conforme Conforme Conforme Não Conforme Não Conforme
H Não Conforme Conforme Conforme Conforme Não Conforme
I Não Conforme Não Conforme Não Conforme Não Conforme Não Conforme



POSICIONAMENTO DOS FABRICANTES

Após a conclusão dos ensaios, os fabricantes/importadores, que tiveram amostras de seus produtos analisadas, receberam, do Inmetro, os laudos de seus respectivos produtos, tendo sido concedido prazo de 10 (dez) dias para que se manifestassem a respeito dos resultados obtidos.

A seguir, são relacionados os fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente, através de fax enviado ao INMETRO, e trechos de seus respectivos posicionamentos.

A' (marca: A)

"..., recebemos o relatório do ensaio referente a furadeira elétrica distribuída por nós.

Gostaríamos de parabenizar a iniciativa do Inmetro em tentar melhorar a qualidade dos produtos vendidos aos consumidores.

Nossa empresa não importa nem distribui mais nenhum produto elétrico.... Não temos mais furadeiras em estoque há cerca de seis meses.

Quanto ao ensaio em si, fico feliz em notar que foram poucos itens que não atenderam a norma..."

B' (marca: B)

" De acordo com os itens reprovados no relatório nº G)36/2002 – Furadeira, a B' informa que:

  • A respeito do item 8.1 da norma, não concordamos pois a marcação do diâmetro máximo de abertura está no mandril da máquina;
  • A respeito do item 8.6 da norma, já estamos alterando as nossas etiquetas de especificação, para nos adequarmos;
  • A respeito do item 8.12 da norma, já estamos alterando as nossas especificação, para nos adequarmos;
  • A respeito do item 24.7 da norma, já estamos alterando nossas especificações, para nos adequarmos.

A B' busca constantemente aperfeiçoar seus produtos e serviços..."

C' (marcas: C e H)

"... primeiramente gostaria de parabenizar o Inmetro pelo Programa de Análise de Produtos, que estimula, todos os fornecedores de produtos e serviços, a uma busca contínua da Melhoria de Qualidade de nossos produtos e de nossos serviços.

... Gostaríamos de manifestar nossos esclarecimentos a respeito esclarecendo as não conformidades encontradas..., como segue:

  1. Para a Furadeira C:

  • as etiquetas autocolantes tiveram modificações implementadas em 12/99. Os quais foram retirados os dizeres "RPM"
  • as as placas de identificação (placa metálica) tiveram modificações implementadas em 12/99, quando foram corrigidos os dizeres " para min-1.

É provável que a máquina recolhida para teste tenha sido fabricada anteriormente a essas modificações, ou que devido a sistemática C' de controle de modificações, algumas máquinas tenham sido produzidas com etiquetas antigas até o consumo de nosso estoque.

  1. Para a Furadeira H

  • a etiqueta autocolante "lado direito máquina" será modificada, retirando informação com os dizeres RPM.

No lado esquerdo, não temos a necessidade de modificarmos pois temos os dizeres min-1 e entre parênteses RPM...

  1. Quanto aos Manuais

... em nosso entender, as não conformidades apresentadas no relatório, não colocam em risco o consumidor usuário, uma vez que as informações necessárias estão disponíveis, somente não transcrevem na íntegra, as mesmas palavras ou dizeres utilizados na norma..".

I' (marca: I)

" Em resposta a Carta de 14.01.2003, referente ao Programa de Análise de Produtos, realizado em nossa mercadoria: Furadeira Elétrica.

Estamos cientes sobre os resultados obtidos no relatório de ensaio..., e quanto aos itens em que nosso produto não atende os requisitos, estamos providenciando as alterações para o próximo lote..."

E' (marca: E)

"Agradecemos a oportunidade de termos nosso produto em análise em seus laboratórios....

em relação aos itens não aprovados, viemos por meio deste informar que:

No item 8.1, quanto à falta de informação do fabricante, abaixo do código de barras é informado o fabricante no formato < produzido na RPC (República Popular da China. Caso esta informação seja insuficiente, ou imprópria, teremos o maior prazer em repará-la.]

No item 8.1, quanto aà falta do símbolo para equipamentos de classe II, esta foi uma falha de produção, e iremos fazer a correção em nosso próximo lote.

No iem 8.12, quanto à falta de destaque e a falta de algumas informações sobre segurança em nosso manual, o mesmo já está sendo refeito, e estas informações acrescidas e reparadas.

No item 24.12, quanto ao protetor do cabo de força, e no item 24.17, quanto ao prendedor do cabo de força, tivemos apenas dois casos de cabo de força rompidos, em todo o período em que o produto está sendo comercializado. Porém, teremos o maior prazer em solicitar ao fabricante a alteração da qualidade no protetor do cabo, e a alteração do sistema de trava do cabo de força na ferramenta.

Acreditamos com isso, que assim teremos um produto de excelente qualidade, e dentro das normas estabelecidas..."

COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS

Na categoria denominada Detalhes Construtivos, são verificadas características referentes à fiação interna e aos componentes do aparelho, como interruptores e cordões de alimentação.

Nesta categoria, destacamos as não conformidades no ensaio que verifica a isolação do cabo de alimentação e no ensaio que verifica a conformidade do dimensionamento do diâmetro do condutor em função da corrente elétrica que alimentará o aparelho. Em ambos os casos, a não conformidade representa risco à segurança do usuário do produto. No primeiro, como o aparelho passa a ter somente uma isolação simples, há a possibilidade maior de risco de choque elétrico. No segundo, a utilização de fio com diâmetro inferior ao especificado pode provocar superaquecimento do cordão e maior consumo energético.

É Importante salientar que a amostra da marca D apresentou um fio esmagado devido a montagem, o que pode ocasionar, além de mau funcionamento do aparelho, risco de incêndio, pois há uma sobrecarga de corrente nos outros fios intactos, aquecendo o produto.

Na categoria de Detalhes Elétricos, duas marcas importadas, F e I, não atingiram a potência indicada pelo fabricante, o que impossibilitou a verificação dos itens de segurança deste ensaio, indicando um mau funcionamento do produto, já que ele não consegue atingir a potência prometida pelo fabricante.

Na categoria de Detalhes Mecânicos, destacamos as não conformidades detectadas no ensaio de Resistência ao Calor, Fogo e Trilhamento, no qual as amostras das marcas A e I apresentaram, após ensaio, deformação parcial e total do material utilizado na chave liga/desliga, ou seja, o material empregado para a proteção da chave era de má qualidade, não suportando a temperatura do ensaio, o que pode interferir no funcionamento da chave, além de proporcionar risco de choque elétrico ao usuário, pois a chave sem a proteção se torna uma parte viva.

CONCLUSÕES

Dos 79 (setenta e nove) itens verificados foram detectadas não conformidades em 14 (catorze), o que representa índice de 18,2% (dezoito vírgula dois por cento) de irregularidades.

De acordo com a análise desses resultados, observou-se que as amostras das marcas nacionais tiveram um desempenho melhor do que as amostras das marcas importadas. Isto é observado quando comparamos os resultados dos ensaios (70 itens verificados) referentes à segurança do produto: Detalhes Elétricos, Mecânicos e Construtivos. Duas marcas nacionais, C e H, não apresentaram não conformidade nestes itens. Sendo que as outras duas, B e G, apresentaram não conformidades em 1 (um) e em 3 (três) itens respectivamente.

Já as marcas importadas foram responsáveis pelas outras não conformidades encontradas, com destaque para a marca I, que foi a única apresentar não conformidades nos três grupos de ensaios de segurança verificados.

Tab. V – comparação entre Nacional x Importado

Marcas

Itens de Segurança

Conforme

Não conforme

Nacional

70

67 (95,72%)

3 (4,28%)

Importado

70

60 (85,2%)

10 (14,8%)

Temos que destacar ainda que, dos 11 (onze) itens de segurança considerados não conformes, em 10 (dez) deles tivemos pelo menos uma amostra de marca importada considerada não conforme, e somente em 3 (três) deles tivemos uma amostra de marca nacional considerada não conforme, reafirmando assim conclusão anterior.

CONSEQÜÊNCIAS

Data

Conseqüências

15/06/2003

Divulgação no Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão

 

Acessibilidade
Acidente de Consumo: relate seu caso
Anuência - Importação
Atividades de Ensaios de Proficiência do Inmetro
Biocombustíveis
Carta de Serviços ao Cidadão
Cartilha Plugues e Tomadas
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Empresas Certificadas ISO 9001/14001
Indique! Sugestão para o Programa de Análise de Produtos
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Marca, Símbolos e Selos Inmetro
Organismos de Certificação e de Inspeção Acreditados
Ouvidoria
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Plugues e Tomadas
Portarias e Regulamentos Técnicos Metrológicos e de Avaliação da Conformidade
Produtos Analisados
Produtos e Serviços com Conformidade Avaliada
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Publicações
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