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Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Responsáveis pelos Ensaios
Marcas Analisadas
Informações das Marcas Analisadas

Ensaios Realizados
Análise dos Resultados
Conclusões

Resumo da Análise

Em 16/10/97, o Inmetro concluiu a análise em fluidos para freios, com base nas Normas NBR 9292/91 e NBR 9576/91, a fim de verificar a qualidade deste produto no mercado, por ser amplamente consumido pela população e estar relacionado a questões de segurança, mais especificamente, dos usuários de automóveis.

O fluido para freios, ou óleo de freio, como é mais popularmente conhecido, é responsável por transmitir às pastilhas e lonas do sistema de freios a força exercida sobre o pedal do automóvel quando se deseja freiar. A maior ou menor transmissão dessa força determina a eficiência do fluido que, por sua vez, está relacionada à sua viscosidade. Além disso, ele previne vazamentos, impedindo que as borrachas do sistema inchem ou se contraiam.

Sua composição básica é formada por glicóis para regular o ponto de ebulição destes fluidos, pois este produto trabalha em condições adversas de temperatura e por inibidores de corrosão, já que ele entra em contato com partes metálicas do sistema de freios do automóvel.

Este produto não deve ter características corrosivas, preservando as ligas metálicas dos dutos de sistema de frenagem.

Fez-se uma rigorosa análise de conformidade em relação a 10 requisitos das normas aplicáveis, dando-se maior ênfase à questão do comportamento do fluido em relação aos materiais presentes no sistema de freios, principalmente aos metais e às borrachas, e quando submetido a condições adversas.

Das 12 marcas analisadas, quatro, 03 nacionais e 01 importada, apresentaram não conformidades em relação aos requisitos da norma analisados.

Normas e Documentos de Referência

Foi verificada a conformidade das amostras de fluidos para freios, em relação à Norma NBR 9292/91 - Líquidos para freios hidráulicos, tipos 2, 3, 4 e 5 e à Norma NBR 9576/91 - Líquidos para freios hidráulicos, tipos 2, 3, 4 e 5 (Determinação das características).

Responsáveis pelos Ensaios

O laboratório responsável pelos ensaios foi o Núcleo de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de Mogi das Cruzes.

Marcas Analisadas

Foram analisadas 12 marcas de fluidos que foram selecionadas a partir de uma pesquisa de mercado realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foram incluídas marcas importadas, todas as marcas utilizadas e/ou recomendadas pelas grandes montadoras de automóveis e as marcas fabricadas pelas grandes companhias de petróleo.

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Ensaios Realizados

Os ensaios verificaram, basicamente, as propriedades físico-químicas do produto e sua compatibilidade com os materiais do sistema de frenagem do automóvel com os quais ele entra em contato (borracha e metais). A norma brasileira prevê ainda que tais líquidos não devem conter materiais estranhos em suspensão ou sedimentados, nem óleo mineral ou qualquer outro material que prejudique o funcionamento do freio hidráulico. 

  • Teor de água: verifica a quantidade de água presente no produto. A maior ou menor quantidade tem influência direta sobre outras características do fluido, particularmente, sobre o ponto de ebulição podendo provocar sua redução.
  • Resistência à oxidação: este ensaio simula a resistência do fluido à ação do oxigênio do ar ao longo do seu uso. Esta ação pode provocar a oxidação do fluido tornando-o agressivo aos componentes metálicos, provocando alterações nestes, ou ainda a deterioração prematura dos componentes de borracha.
  • pH: determina se o produto tem características ácidas, básicas ou neutras. pH muito alto ou muito baixo pode provocar desgastes nos componentes do sistema de freio.
  • Corrosão: verifica se o fluido provoca corrosão (ferrugem) nas partes metálicas.
  • Viscosidade cinemática: verifica a fluidez do produto no sistema hidráulico, quando submetido a condições extremas de temperatura. Os resultados permitem uma avaliação do funcionamento dos freios em condições normais e adversas.
  • Fluidez e aparência à baixa temperatura: determina a viscosidade do produto a baixas temperaturas.
  • Perda por evaporação: analisa o comportamento da fluidez do produto durante o seu tempo de uso, como conseqüência das perdas por evaporação. Menores perdas indicam um maior tempo de vida útil do fluido.
  • Ponto de ebulição: verifica a formação de bolhas no sistema hidráulico, que poderiam provocar falhas no freio.
  • Estabilidade a alta temperatura: verifica se o fluido mantém inalterado seu ponto de ebulição, quando submetido a sucessivos aquecimentos e resfriamentos.
  • Efeito sobre a borracha: avalia o tempo de vida das gaxetas (material utilizado para a vedação das juntas) através das alterações provocadas pelo fuido. 

Análise dos Resultados

Em relação aos ensaios realizados, quatro marcas, 03 importadas e 01 nacional, apresentaram não conformidades em relação aos requisitos normativos.

Uma das marcas nacionais foi considerada não conforme em nove dos dez ensaios realizados, ou seja, em 90% dos requisitos normativos analisados, sendo aprovada apenas no ensaio em que verifica o efeito do fluido sobre a borracha. Este produto apresentou resultados preocupantes com relação, principalmente, ao ensaio de corrosão, onde apresentou uma taxa duzentas vezes maior que aquela permitida pela norma para o alumínio, além de apresentar um teor de água 100% maior.

Outro fato que chamou a atenção, foi ele ter gelatinizado, quando deveria permanecer inalterado visualmente, inclusive em termos da sua transparência, que deveria ser total a temperatura ambiente mas que se mostrou parcial ao término do ensaio. Isto significa que o fluido não tem a necessária estabilidade, degradando-se prematuramente e comprometendo as suas propriedades.

Nas demais marcas consideradas não conformes, foram encontrados problemas em relação à quantidade de água presente em suas respectivas composições, apresentando um valor acima daquele permitido pela norma.

Um dos fabricantes se posicionou dizendo que o requisito de teor de água não deveria ser conclusivo quanto a rejeição de um produto, pois outros requisitos verificam diretamente a performance dos fluidos de freio. A empresa propôs que fosse feita uma revisão na atual norma vigente considerando que nas normas internacionais específicas para este produto não consta o requisito de teor de água, pois é considerado como uma característica secundária.

Conclusões

A tendência, em termos de qualidade, dos fluidos de freio presentes no mercado, é de apresentarem-se conformes em relação aos requisitos normativos.

Das doze marcas analisadas, quatro, uma importada e três nacionais, apresentaram-se não conformes em relação à norma aplicável, sendo que uma delas apresentou a maior incidência de não conformidades, não atendendo a 90% dos requisitos analisados. As demais apresentaram um desempenho abaixo do estabelecido pela norma apenas quanto ao teor de água o que não comprometeu os resultados obtidos nos demais ensaios relacionados diretamente à segurança e ao desempenho do produto.

Como este requisito não está previsto nas normas internacionais e estrangeiras específicas para este produto, cabe ao Inmetro articular-se com a ABNT para que, através da revisão da norma brasileira, seja analisada a conveniência de manter este item na norma.

Foi enviado ofício para o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério de Justiça, para que sejam tomadas as medidas cabíveis junto ao fabricante da marca que obteve baixo desempenho, de acordo com o artigo nº 39 do Código de Defesa do Consumidor. 

DATA

AÇÕES

14/10/1997

Enviado ofício para o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor - DPDC, do Ministério da Justiça, relatando o ocorrido com a marca Primus, cuja amostra foi considerada não conforme em nove dos dez ensaios realizados, o que representa risco à segurança do usuário do produto.

O produto foi retirado do mercado.

27/10/1997

Divulgação no Jornal O Estado de São Paulo/SP

16/11/1997

Divulgação no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão

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