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Página InicialInformações ao ConsumidorProdutos Analisados Café Torrado e Moído II
Produtos analisados
Relatório de Análise de Brinquedos Piratas. Relatório de Análise em Sacos para Acondicionamento de Lixo Residencial
Relatório de Análise de Chumbo em Batons. Relatório de Análise de Consumo de Energia de Ferro Elétrico de Passar Roupa e Vaporizador
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.: Café Torrado e Moído II :.

 

Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados Observados
Resultado Geral
Posicionamentos
Conclusões
Consequências



Objetivo

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de Café Torrado e Moído é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Divisão de Orientação e Incentivo à Qualidade, e que tem por objetivos:

   a) prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a        adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele
       faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e        responsabilidades;

   b) fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos,        tornando-a mais competitiva;

   c) diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação a sua qualidade, tornando a        concorrência mais equalizada;

   d) tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos ou lotes de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. Além disso, a análise coordenada pelo Inmetro tem caráter pontual, ou seja, ela é uma "fotografia" da realidade, ela retrata a situação do mercado naquele período de tempo em que as análises são conduzidas.

Justificativa

Atualmente, o café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo e o Brasil tem a responsabilidade de ser o maior exportador mundial deste produto, além de ser um país privilegiado por ser o único a possuir todos os tipos de grãos de café que, combinados em proporções precisas, satisfazem todos os gostos, com infinitas variedades.

Acredita-se que o café seja conhecido há mais de mil anos no Oriente Médio, mais especificamente na região de Kafa (daí o termo 'Café'), tendo sido os árabes os primeiros a cultivá-lo, o que deu origem ao nome 'Coffea Arabica', uma das mais importantes espécies de café.

O café chegou ao Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, por volta de 1730, mas a partir do início do século XIX, a cultura do café tornou-se a principal atividade agrícola do país, sendo responsável por mais da metade das divisas oriundas das exportações brasileiras. Desta forma, os cafezais logo se espalharam por São Paulo, sul de Minas Gerais e, meio século mais tarde, já cobriam extensa faixa que vai do Paraná ao Espírito Santo. Estabelecia-se, então, o ciclo econômico que foi, certamente, propulsor da urbanização e industrialização do país, e que fez o Brasil reinar no cenário mundial, nas primeiras cinco décadas deste século, como o responsável por 70% da produção mundial de café.

Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná produzem, juntos, 83% do café brasileiro, sendo que Bahia e Rondônia também têm se destacado na produção de café.

Para se ter idéia da importância brasileira, no que se refere a este produto no mercado mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador de café no mundo, fechando o ano de 2001 com o recorde de 23,5 milhões de sacas (26% de participação nos embarques mundiais), segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), regulamentadora das transações deste produto. O governo estima uma safra para 2002/2003 de 40 milhões de sacas de 60 kg, o que significaria 42% acima do volume obtido na safra 2001/2002 e representaria a segunda maior safra de café da história, tendo sido a primeira a de 1987/1988, com 42,9 milhões de sacas.

Apesar de já ter apresentado alguns ciclos de expansão e de crises, em função das oscilações da economia mundial, o café tem conseguido se manter imponente no mercado, gerando grandes receitas e milhões de empregos durante sua produção, industrialização, comércio interno e externo e transporte. Anualmente, comemora-se o Dia Internacional do Café (21 de Abril), ratificando a representatividade da comercialização deste produto em todo o mundo; no corrente ano, os produtores brasileiros tiveram bons motivos para comemorar esta data, por terem conquistado a recente liberação de recursos para colheita, custeio e pesquisas, a prorrogação de dívidas e a própria modernização do agronegócio.

A razão do sucesso deste produto, em todo o mundo, está no hábito das pessoas em tomar café pela manhã, em função do consumo diário matinal de café fazer com que o cérebro permaneça mais atento e capaz para as atividades intelectuais diárias, além de estimular a atenção, memória e concentração; isto se dá pelo fato da cafeína, um de seus principais componentes, se ingerida na quantidade adequada, atuar de forma benéfica, estimulando o sistema de vigília do cérebro. O café contém ainda lactona, um componente que atua quase que na mesma proporção da cafeína, contribuindo para manter um elevado nível de atenção nas ações do ser humano. Além disso, o café ainda diminui a incidência de apatia e depressão e pode ajudar a prevenir o consumo de drogas e do álcool.

Para que o café possa nos trazer todos estes benefícios, é preciso que tenhamos a certeza de estar consumindo um café puro, sem adulterações (milho ou cevada, por exemplo, misturados aos grãos de café). Pensando nisto, a Associação Brasileira da Indústria do Café - ABIC lançou, em 1989, o Programa de Controle de Pureza do Café Torrado e Moído, que concede às marcas de café que têm a sua pureza comprovada, através da análise de amostras coletadas aleatória e permanentemente nos pontos de venda de todo o país, o Selo de Pureza da ABIC. Entretanto, a possibilidade de se encontrar no mercado um café de má qualidade, em função da mistura de diversos tipos de impurezas, ainda é bastante real. Em 1998, o Inmetro realizou uma análise em CAFÉ TORRADO E MOÍDO, através da qual constatou-se a presença de marcas no mercado que apresentaram fraudes na composição do produto, devido à adição de matérias estranhas ao café, tais como milho, cevada, cascas e paus.

Frente ao exposto, e de acordo com o procedimento do Programa de Análise de Produtos, que prevê a repetição de ensaios em um produto, após um determinado período de tempo, e que seleciona para análise produtos intensiva e extensivamente consumidos pela população e que envolvam questões relacionadas à saúde dos consumidores, o Inmetro considerou de fundamental importância a realização de uma nova análise em CAFÉ TORRADO E MOÍDO, na qual foram realizados ensaios em amostras de 55 (cinqüenta e cinco) marcas deste produto, tendo sido verificadas suas características microbiológicas, microscópicas e físico-químicas.

Normas e Documentos de Referência

- Portaria nº 377, de Abril de 1999, da Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde
  Aprova Regulamento Técnico para Café Torrado em Grão e Café Torrado e Moído.

- Portaria nº 42, de 14 de janeiro de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde
  Aprova Regulamento Técnico para Rotulagem de Alimentos Embalados.

- Resolução-RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do   Ministério da Saúde
  Aprova Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos.

Laboratório Responsável pelos Ensaios

Os ensaios foram realizados pelo Laboratório Central Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo , integrante da Rede Nacional de Laboratórios Oficiais de Controle da Qualidade em Saúde, credenciado pelo Ministério da Saúde e laboratório de referência na área de análise de produtos alimentícios.

Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.
  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
  • Uma última razão diz respeito ao fato de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Ensaios Realizados e Resultados Obtidos


6.1.Características Microscópicas

Os ensaios microscópicos visam verificar a contaminação do produto pela presença de elementos estranhos, sujidades, larvas e parasitas.

Esta classe de ensaios está diretamente vinculada à análise de rotulagem, pois verifica se o fabricante declara no rótulo do produto, todos os ingredientes encontrados, que são identificados microscopicamente através de seus elementos histológicos padrões.

O ensaio de Características Microscópicas, também é realizado com o objetivo de identificar possíveis fraudes praticadas por fabricantes, através da utilização de ingredientes que não são permitidos pela legislação que, por serem mais baratos são adicionados ao produto buscando baixar o custo de sua fabricação.

Todas as marcas analisadas não apresentaram presença de sujidades, larvas ou parasitas, sendo consideradas conformes neste item. Além disso, as amostras em questão apresentaram, em sua composição, elementos histológicos característicos do produto, ou seja, grãos de café.

Entretanto, foram encontradas as não conformidades listadas a seguir, referentes à presença de ingredientes não característicos e não permitidos pela legislação para o produto (milho, centeio e/ou cevada) e/ou à presença de cascas e paus acima do valor máximo permitido (1%).

Marcas
Identificação de Elementos Histológicos
(Ausência de substâncias não características)
Cascas e
Paus de Café
(Máximo de 1%)
Q
-
2,5%
D1
Presença de centeio
-
G1
Presença de centeio e cevada
-
P1
Presença de milho
1,5%
Q1
Presença de milho
-
A2
Presença de centeio e cevada
-
B2
Presença de centeio e cevada
-

As demais marcas foram consideradas conformes nos ensaios microscópicos realizados, sendo interessante salientar que 13 (treze) delas não possuem o selo de pureza ABIC.

6.2.Características Físico-Químicas

Este ensaio tem o objetivo de verificar se o produto atende aos parâmetros de qualidade e identidade definidos na legislação e confirmar a presença de elementos histológicos detectados no ensaio microscópico.

Foram realizados os seguintes ensaios neste item:

- Substâncias voláteis a 105 ºC : Limite Máximo de Umidade de 5 %
- Resíduo Mineral Fixo : Limite Máximo de 5 %
- Resíduo Mineral Fixo Insolúvel em Ácido Clorídrico a 10% : Limite Máximo de 1 %
- Extrato Aquoso : Limite Mínimo de 25 %
- Extrato Etéreo : Limite Mínimo de 8 %
- Trimetilxantina (Cafeína) : Limite Mínimo de 0,7 %

Foram encontradas não conformidades nos ensaios de Substâncias voláteis a 105 ºC
(Teor de Umidade), Teor de Extrato Etéreo e Teor de Cafeína, referentes às seguintes marcas:

Marcas

Substâncias Voláteis a 105 ºC
(Teor de Umidade: Máximo de 5%)
Teor de Extrato Etéreo
(Mínimo de 8%)
Teor de Cafeína
(Mínimo de 0,7%)
B
7,88%
-
-
A2
-
6,72%
0,54%
B2
-
-
0,63%
Q1
-
-
0,54%

O ensaio de Substâncias Voláteis verifica o teor de umidade referente aos grãos de café, ou seja, é a relação entre a quantidade de água e a soma dos outros componentes que constituem os grãos (matéria seca). Na prática, o teor de umidade acima do limite máximo permitido representa um prejuízo para o consumidor, pois este estará pagando por uma menor quantidade de café em detrimento de uma maior quantidade de água. A marca B foi a única que apresentou teor de umidade acima do limite máximo permitido, sendo considerada não conforme neste item.

O ensaio que verifica o teor de extrato etéreo consiste na extração dos óleos essenciais presentes nos grãos de café, e que são responsáveis pelo aroma e o sabor do café. Portanto, a qualidade do café pode ficar comprometida, se o teor de extrato étereo estiver abaixo do limite mínimo especificado no ensaio. Neste item, somente a marca A2 foi considerada não conforme.

Das marcas analisadas, 3 (três) foram consideradas não conformes por apresentarem teor de cafeína abaixo do limite mínimo: A2, B2 e Q1. Este ensaio indica se o que está sendo consumido é realmente café ou se os grãos estão misturados a outras substâncias não características do café, ou seja, que não contém cafeína. Às vezes, o baixo teor de cafeína encontrado em marcas de café fraudadas pode ser explicado através da torra excessiva dos grãos, praticada pela torrefadora, com o intuito de encobrir a fraude, o que acaba provocando a volatilização da substância, por causa da alta temperatura durante o processo de torra.

Nos demais ensaios físico-químicos, todas as marcas foram consideradas conformes.

6.3.Características Microbiológicas (Coliformes Totais)

Esta classe de ensaios visa determinar as possíveis contaminações microbiológicas que o produto pode sofrer durante o processo produtivo, pelas bactérias do tipo fecal, tanto pela utilização de matéria-prima inadequada, quanto por questões que envolvam a manipulação, armazenamento e transporte do produto, seja por parte do fabricante, ou do estabelecimento que o comercializa. Essas bactérias são encontradas nas fezes de animais de sangue quente, inclusive o homem, e pode ser veículo de transmissão de doenças, como hepatite, ou agente causador de problemas gastro-intestinais.

Parâmetro: Limite Máximo: 10 Coliformes a 45ºC/g

Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes.

Resultado Geral

A tabela abaixo descreve os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas analisadas e a conclusão final de cada uma delas.

Café Torrado e Muido
Ensaios
Marcas
Microscópicos
Microbiológicos
Físico-Químicos
Conclusão
A
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
B
Conforme
Conforme
Não Conforme
Não Conforme
C
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
F
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
I
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
J
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
L
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
O
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
P
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
G
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
Q
Não Conforme
Conforme
Conforme
Não Conforme
R
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
S
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
T
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
U
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
V
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
X
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
Z
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
A1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
B1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
C1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
D1
Não Conforme
Conforme
Conforme
Não Conforme
E1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
F1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
G1
Não Conforme
Conforme
Conforme
Não Conforme
H1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
J1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
L1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
M1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
N1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
O1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
P1
Não Conforme
Conforme
Conforme
Não Conforme
R1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
S1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
T1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
D
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
M
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
U1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
V1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
E
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
I1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
X1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
Z1
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
A2
Não Conforme
Conforme
Não Conforme
Não Conforme
B2
Não Conforme
Conforme
Não Conforme
Não Conforme
C2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
H
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
Q1
Não Conforme
Conforme
Não Conforme
Não Conforme
D2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
E2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
F2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
N
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
G2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
H2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme
I2
Conforme
Conforme
Conforme
Conforme

Posicionamentos  

Após a conclusão dos ensaios, os fabricantes que tiveram amostras de seus produtos analisadas receberam cópia dos laudos enviada pelo Inmetro, tendo sido dado um prazo de 08 (oito) dias para que se manifestassem a respeito dos resultados obtidos.
A seguir, são relacionados os fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente, através de fax enviado ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos, além do posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, que recebeu cópias dos laudos de todas as marcas analisadas.

Fabricante J (Marca: J)

"Acusamos o recebimento do Laudo de Análise nº 3697.00/2002, expedido pelo Instituto Adolfo Lutz e constatamos o resultado satisfatório das análises realizadas em nossas amostras, assim como, as observações apontadas para os rótulos das embalagens.

Desta forma, agradecemos as recomendações apresentadas por V.Sªs, as quais serão prontamente levadas ao conhecimento do nosso departamento responsável e, aproveitamos o ensejo para cumprimentá-los pela iniciativa deste Programa, que contribui sobremaneira com o desenvolvimento de nossos trabalhos."

Fabricante Q (Marca: Q)

"Acusamos o recebimento do Fax em 09/09/2002 a respeito da analise do CAFÉ Marca Q, realizada em 22/03/2002."
"Quando recebíamos café do IBC, era café selecionado muito limpo, hoje todo café em grão cru que circula no mercado contém bastante paus e cascas de café, que ao torrar o maquinário separa e as joga em um coletor, onde ficam depositados e são queimados. Devido nosso maquinário ser bastante antigo, certamente não está coletando normalmente todos os paus e cascas contidas no café em grão cru. Colocamos ainda que já estamos providenciando corrigir o defeito para que não mais aconteça."

Fabricante X1. (Marca: X1)

" Informamos o recebimento do laudo da análise do nosso produto, da marca X1, avaliado por este instituto no programa em referência."

"Agradecemos as informações que nos foram passadas, desta análise, que só enfatizam ainda mais o fato de que buscar a qualidade é fator determinante para o sucesso e a permanência de uma marca no mercado.

Nos colocamos `a disposição para qualquer esclarecimento, que venha agregar valor a este Instituto, que realiza um trabalho sério e ético para os consumidores."

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa

Tendo recebido fax do Inmetro com os resultados das análises, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa manifestou-se da seguinte forma:

"Em atenção ao fax (...) solicitando um posicionamento com respeito aos resultados dos laudos analíticos efetuados em produto alimentício café torrado e moído, informamos que os resultados das análises conforme a Resolução RDC ANVISA nº12 de 02/01/2001 indicam que os produtos estão de acordo com o padrão microbiológico.

Quanto aos laudos analíticos que apresentaram resultados insatisfatórios para os exames físico-químicos, microscópicos e de rotulagem a situação encontrada não oferece risco à saúde, do ponto de vista do consumo. Nesses casos estamos enviando esses laudos aos serviços de vigilância sanitária da Secretaria Estadual de Saúde das respectivas unidades federadas onde estão localizadas as unidades fabris dos produtos, para que sejam tomadas as devidas providências, no tocante à realização de inspeção sanitária no estabelecimento produtor e notificação às empresas para procederem com a devida adequação."

Conclusões

De acordo com os resultados encontrados, podemos concluir que a tendência das marcas de café comercializadas no mercado nacional são de estarem conformes com as legislações vigentes.

Das 55 (cinqüenta e cinco) marcas analisadas, 8 (oito) marcas, que não possuem o selo de pureza ABIC, apresentaram não conformidades (cerca de 15% do total).

Dentre estas 8 (oito) marcas, as que apresentaram mais problemas foram as marcas A2, B2 e Q1. Nas marcas A2 e B2 constatou-se a presença de centeio e cevada, enquanto que na marca Q1 constatou-se a presença de milho na composição do café, segundo os ensaios microscópicos realizados. Essas 3 (três) marcas apresentaram também não conformidades nos ensaios físico-químicos, onde foram constatados teores de extrato etéreo (marca A2) e cafeína (marcas A2, B2 e Q1) abaixo do permitido.

Segundo os resultados obtidos nas duas análises do produto Café realizadas pelo Inmetro, em abril de 1998 e em Outubro de 2002, ficou claro que as marcas que possuem o selo de pureza da ABIC estampado em suas embalagens costumam estar de acordo com os padrões exigidos pela legislação, podendo ser uma boa referência para o consumidor em sua decisão de compra, ressaltando que este deve ter a consciência de que o referido selo atesta a pureza e não a qualidade do produto, já que esta última contempla outras análises, como por exemplo, das características microbiológicas, físico-químicas, entre outras, do café. Isto tudo sem deixar de considerar, é claro, um fator mais subjetivo, que é a questão do consumidor querer adquirir uma marca de café que melhor atenda as suas exigências, no que diz respeito ao aroma e ao paladar, por exemplo.

Os resultados desta análise servem como alerta para a necessidade de uma constante monitoração do mercado, no sentido de evitar que as empresas fraudem os seus produtos, visto que esta prática, mesmo não trazendo maiores consequências para a saúde do consumidor, prejudica o bolso deste - bem como os concorrentes - que acredita estar adquirindo café puro e, na verdade, está consumindo uma mistura.

Os laudos dos ensaios e o relatório Inmetro serão enviados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, órgão regulador e fiscalizador do produto, para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, e para o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor - DPDC, do Ministério da Justiça, para que sejam tomadas as providências cabíveis.

Consequências

Data
Ações
01/12/2002
Divulgação no Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão

Veja Também:

Café Torrado e Moído

 

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