.: Ferro Elétrico de Passar Roupa
:.
Objetivo
Justificativa
Normas
de Documentos de Referência
Laboratório
Responsável pelo ensaio
Marcas
Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios
Realizados e Resultados Obtidos
Marcações
e Instruções
Observação
Resultado
Geral
Posicionamento
dos Fabricantes
Conclusões
Consequências
Objetivo
A apresentação dos resultados
obtidos nos ensaios realizados em amostras de 07 (sete) diferentes
marcas de Ferro Elétrico de Passar Roupa consiste
em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos, um
dos processos coordenados pela Divisão de Educação
para Qualidade do Inmetro. Esse Programa tem por objetivos:
- manter o consumidor brasileiro informado
sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos
e às Normas Técnicas, contribuindo para que
ele faça escolhas bem fundamentadas, tornando-o consciente
de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios, através
da informação, sobre a tendência da conformidade
dos produtos disponíveis no mercado, para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos
e serviços;
- diferenciar os produtos e serviços
disponíveis no mercado nacional em relação
à sua qualidade, tornando a concorrência mais
equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva
do processo de melhoria da qualidade do setor produtivo nacional.
Deve ser destacado que
estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos
de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não
em conformidade com as especificações contidas em
um Regulamento ou Norma Técnica indica uma tendência
do setor em termos de qualidade.
A partir dos resultados
obtidos, são definidas medidas de melhoria da qualidade
que podem ser de caráter pontual, ou seja, adotadas por
uma empresa ou grupo de empresas, ou geral, quando as medidas
são direcionadas para todo o setor. O comprometimento do
setor em definir e implementar tais medidas garante que o consumidor
tenha, à sua disposição no mercado, produtos
e serviços seguros e adequados às suas necessidades.
Justificativa
A análise de conformidade realizada
no produto Ferro de Passar Roupa vai ao encontro do Procedimento
Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto
à seleção do produto a ser analisado, priorizando
aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que
estejam relacionados à questões que envolvam a segurança
do consumidor.
A tarefa de passar roupa
é considerada por muitos como a mais árdua das obrigações
domésticas e também a menos ergonômica. As
dores nas costas, nas pernas e nas mãos, o cansaço
e o calor são agravados por escolhas inadequadas tanto
do ferro como da tábua de passar.
Quanto à escolha
correta do ferro de passar, fatores como a potência do produto,
a seleção da temperatura adequada para determinado
tipo de roupa, o formato de sua base, o tamanho e a maleabilidade
do fio podem se transformar em outros agravantes.
Associadas
a essas características inerentes ao produto e à
sua utilização, estão as questões
que envolvem a segurança do usuário. Marcações,
proteção contra choque elétrico, resistência
mecânica, detalhes construtivos são alguns dos itens
da norma de segurança verificados.
O Programa de Análise
de Produtos pretende, com a apresentação da descrição
dos ensaios, das não conformidades detectadas, dos riscos
que representam para o usuário do produto, de dicas para
o consumidor e das conclusões desta análise, fornecer
ao consumidor, informações sobre a tendência
da conformidade do produto que possam subsidiar e incrementar
as decisões de compra.
Normas e Documentos de Referência
Para a realização
dos ensaios foram utilizadas os seguintes documentos de referência:
- NBR NM-IEC 335-1, de novembro de 1998:
Segurança de Aparelhos Eletrodomésticos e Similares
– Parte 1: Requisitos Gerais
- NBR NM-IEC 335-2-3, de novembro de
1998: Segurança de Aparelhos Eletrodomésticos
e Similares – Parte 2: Requisitos Particulares para Ferros Elétricos
de Passar Roupa
Laboratório responsável pelo ensaio
Os ensaios de segurança
foram realizados pelo LABELO – Laboratórios Especializados
em Eletro-Eletrônica, da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre,
integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios
- RBLE e credenciado pela Coordenação Geral de Credenciamento do Inmetro para ensaios em aparelhos eletrodomésticos
em geral e, mais especificamente, em ferro elétrico de
passar roupa, forno de microondas, máquina de lavar roupa,
fogões, apenas para citar alguns exemplos de sua extensa
capacitação que compreende 68 (sessenta e oito)
ensaios.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida
de uma pesquisa de mercado realizada em 12 (doze) Estados: Goiás,
Rondônia, Pará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do
Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, e identificou
23 (vinte e três) diferentes fornecedores, entre fabricantes
e importadores, do produto.
Considerando que uma das
diretrizes do Programa é analisar a tendência do
mercado quanto à conformidade do produto, não é
necessário analisar todas as marcas disponíveis
no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas, com base na
tradição, regionalização e participação
de cada marca no mercado nacional, 07 (sete) diferentes marcas
de ferro de passar roupa, 04 (quatro) nacionais e 03 (três)
importadas, para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.
A pesquisa de mercado
para esse produto identificou uma tendência de mercado.
Apesar dos ferros a seco serem tradicionais e mais acessíveis
em termos econômicos, a penetração dos ferros
a vapor demonstrou ser muito maior, em função,
principalmente, do número crescente de marcas e modelos
disponíveis nos pontos de venda, provavelmente pelos recursos
e vantagens que esse modelo oferece ao usuário.
Portanto, contrariando
o critério do Programa de selecionar o produto de modelo
mais simples e mais barato, foram compradas amostras de modelos
de ferros a vapor com base na tendência apresentada
pelo mercado.
A tabela I, a seguir,
relaciona os fabricantes/importadores que tiveram amostras de
seus produtos analisadas.
Tabela I
Marcas / Modelo
|
Potência (W)
|
Fabricantes/Importadores
|
Origem
|
A |
1.200
|
A' |
SP
|
B |
1.200
|
B' |
MG
|
C |
1.200
|
C' |
China
|
D |
1.200
|
D' |
SP
|
E |
1.200
|
E' |
China
|
F |
1.200
|
F' |
RJ
|
G |
1.350
|
G' |
México
|
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai
observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas
por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba
os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado
e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como
o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras
entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do
produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para
um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos
pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período
de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes
estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos
mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto
aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Foram compradas
03 (três) amostras de cada uma das marcas selecionadas,
sendo que 02 (duas) foram submetidas aos ensaios de segurança
descritos pelas normas técnicas, e a terceira guardada
em sua embalagem original, para o caso de uma eventual repetição
dos ensaios.
Os ensaios foram divididos
nas seguintes categorias:
- Marcações e Instruções
- Detalhes Elétricos
- Detalhes Mecânicos
- Detalhes Construtivos
Marcações e Instruções
Esta categoria verifica
se o corpo do aparelho e o manual de instruções
que o acompanha trazem todas as informações necessárias
que devem estar disponíveis ao usuário sobre o produto.
O corpo do aparelho deve
estar marcado, de forma duradoura e legível, com as especificações
técnicas sobre o produto como, por exemplo, sua potência
ou corrente nominal, a tensão em que tem que ser ligado
na rede elétrica, bem como o símbolo da classe de
proteção que o aparelho oferece contra choque elétrico
e contra a penetração de água. Além
da presença da marcação, também é
verificada a grafia das unidades, ou seja, se foram escritas corretamente.
Os ferros de passar roupa
devem ser, de acordo com a norma aplicável, classe 0,
no que diz respeito à isolação das partes
vivas visando a proteção contra choque elétrico,
e, pelo menos, IPX0, quanto à proteção
contra a penetração de água.
Essas indicações
costumam ser encontradas, em alto relevo, no plugue do aparelho.
Duas instruções
são exigidas pela norma específica e devem estar,
obrigatoriamente, no manual de instruções que acompanha
o produto. A primeira diz respeito ao fato do usuário não
deixar o aparelho sem acompanhamento quando o mesmo estiver ligado
à alimentação e, a outra, que o plugue do
cordão de alimentação deve ser removido da
tomada antes de encher o reservatório de água.
Além disso, o manual
de instruções deve trazer todas as informações
consideradas relevantes sobre o aparelho, principalmente, sobre
a sua utilização e manutenção, de
modo que ele possa ser utilizado com segurança, redigidas
de forma clara e em português.
Nessa categoria
de ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas não
conformes.
A tabela II descreve as
não conformidades apresentadas por cada uma das marcas
analisadas.
Tabela
II
Marcas
|
Não Conformidades
|
A
|
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
B
|
- O aparelho não possui a marcação
do símbolo da natureza da fonte.
|
C
|
- As diferentes posições do termostato não
são indicadas por algarismos, letras ou outros
meios visuais.
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
D
|
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
E
|
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
F
|
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
G
|
- Não instrui que a tomada do aparelho não
pode estar conectada à energia elétrica
quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
|
b. Detalhes
Elétricos:
Os ensaios que pertencem
a essa categoria são:
- Proteção
contra Choques Elétricos:
Nesse ensaio é
aplicado dispositivo (dedo padrão articulado)
que verifica, através de simulações, se
o aparelho oferece proteção adequada contra contatos
acidentais com partes que tenham risco de expor os usuários
a choque elétrico (partes vivas) durante qualquer
tipo de operação, seja durante uma simples limpeza
do aparelho ou por uma atividade anormal como, por exemplo,
pela inserção de uma ferramenta ou do próprio
dedo no interior da carcaça do aparelho.
De acordo com a norma,
o dedo-padrão não deve tocar nenhuma parte viva
do aparelho quando operado em utilização normal,
em todas as posições possíveis, mesmo após
abrir tampas e remover partes destacáveis.
Neste ensaio,
todas as marcas analisadas foram consideradas não conformes,
pois oferecem risco de choque elétrico ao usuário
quando o dedo padrão é colocado em contato com
o plugue parcialmente introduzido na tomada.
Esse assunto gera certa
polêmica por entre algumas empresas do setor que alegam
que tal procedimento para verificação de contatos
com partes vivas do aparelho é incorreto e usam, como
justificativa, o fato de seus respectivos cabos de alimentação
serem certificados.
De fato, os cabos possuem
certificação. Entretanto, esse modelo de avaliação
da conformidade adotado para fios e cabos é feito com
base em norma técnica diferente da que se refere à
segurança de aparelhos eletrodomésticos. Segundo
a NBR 6147, específica para fios e cabos, o ensaio do
dedo padrão em plugues parcialmente introduzidos só
é aplicável à tomadas certificadas de acordo
com a norma NBR 14136, que só entra em vigor a partir
de 2005.
A adoção
desse novo padrão de plugue e tomada eliminará
a ocorrência de não conformidades como as detectadas
durante os ensaios.
- Potência
Absorvida:
Esse ensaio verifica se
a potência do aparelho, na temperatura de funcionamento
normal, corresponde à potência nominal indicada pelo
fabricante/importador na embalagem do produto.
A divergência entre
os valores de potência indicado e real, medidos durante
o funcionamento do aparelho, pode ter as seguintes interpretações:
- Se o desvio
for maior que o limite máximo estabelecido pela norma
(+5%):
Quanto maior o valor de
potência, maior será o consumo de energia elétrica.
Maior geração
de calor, menos tempo de utilização.
Existe o risco de sobrecarga,
esquentar o cordão de alimentação e queimar
a instalação elétrica.
- Se o desvio
for menor que o limite mínimo estabelecido pela norma
(-10%):
Quanto menor o valor de
potência, menor será o consumo de energia elétrica
e, consequentemente, mais econômico será o produto.
Menor geração
de calor, necessidade de maior tempo de funcionamento.
Das 07 (sete) marcas
analisadas, apenas 01 (uma), D, foi
considerada não conforme por apresentar desvio entre os
valores da potência medida e indicada pelo fabricante acima
do limite permitido pela norma.
A tabela III descreve
o valor de potência indicado pelo fabricante (potência
nominal) e o medido durante o ensaio (potência absorvida),
com seus respectivos desvios e irregularidades.
Tabela
III
Marcas
|
Potência Nominal (W)
|
Potência Medida (W)
|
Desvio Encontrado
(Desvio Permitido
+5% ou –10%)
|
Conclusão
|
A
|
1.200
|
1.195
|
-0,41%
|
Conforme
|
B
|
1.200
|
1.140
|
-5%
|
Conforme
|
C
|
1.200
|
1.180
|
-1,6%
|
Conforme
|
D
|
1.200
|
1.299
|
+8,25%
|
Não Conforme
|
E
|
1.200
|
1.169
|
-2,6%
|
Conforme
|
F
|
1.200
|
1.170
|
-2,5%
|
Conforme
|
G
|
1.350
|
1.357
|
+0,5%
|
Conforme
|
O gráfico
a seguir demonstra um comparativo entre as potências medidas
durante os ensaios em cada uma das amostras analisadas e tem por
objetivo dar uma informação adicional ao consumidor
de modo a contribuir para uma seleção melhor fundamentada
em sua próxima compra.
3. Aquecimento:
Nesse ensaio é
verificado se as principais partes do aparelho (fiação
interna, cordão de alimentação, termostato,
empunhadura, entre outras) atingem temperaturas excessivas
durante o funcionamento normal do produto, acima das quais o
usuário estaria exposto ao risco de se queimar durante
a utilização do aparelho.
Neste ensaio,
02 (duas), das 07 (sete) marcas analisadas, foram consideradas
não conformes pois a elevação de temperatura
medida durante os ensaios foi superior ao limite máximo
estabelecido pela norma técnica. São
elas: B e G. Em ambos os
casos, a não conformidade foi detectada na região
do termostato, ou seja, no local onde a temperatura do ferro
elétrico é regulada em função do
tipo de roupa que se deseja passar.
Cabe ressaltar
que, as amostras analisadas dessas duas marcas não traziam
a marcação de temperatura (T). Neste caso, a norma
técnica estabelece o valor de 30k como limite
máximo de elevação de temperatura.
A tabela IV descreve
os valores de elevação de temperatura medidos
para as duas marcas consideradas não conformes e o quanto
superaram o limite normativo.
Tabela
IV
Marcas
|
Elevação de Temperatura Medida
(Máxima Elevação de Temperatura Medida
= 30k)
|
Conclusão
|
B
|
157,4
|
5,25 vezes acima
do máximo permitido
|
G
|
124,6
|
4,15 vezes acima
do máximo permitido
|
4. Corrente
de Fuga:
Esse ensaio verifica,
através de medição, se há fuga de
corrente do aparelho, ou seja, se mesmo desligado, mas conectado
à rede elétrica através do plugue de alimentação,
o ferro elétrico consome energia, o que pode representar
aumento do valor da conta de luz.
Essa medição
é feita após a aplicação de uma sobretensão
no aparelho.
A corrente de fuga, como
é mais conhecida, é a corrente elétrica que
"escapa" do aparelho e que tem como principais causas:
emendas e isolação mal feitas de fios ou fios desencapados.
Além do aumento
do consumo de energia, a corrente de fuga representa risco à
segurança do usuário, pois pode causar choque elétrico.
Todas as amostras
analisadas apresentaram valor de corrente de fuga abaixo do limite
máximo estabelecido pela norma e, portanto, foram consideradas
conformes.
Observação
O problema
de corrente de fuga pode ocorrer com qualquer aparelho eletro-eletrônico
e o consumidor pode facilmente verificar sua existência.
Basta desligar todos os aparelhos das tomadas, conectar o aparelho
que se pretende verificar e apagar as luzes. Se, após 15
minutos, o disco do medidor de energia ("relógio
de luz") continuar girando é porque há fuga
de corrente.
Após
a medição da corrente de fuga, a isolação
é submetida, mais uma vez, a uma sobretensão a fim
de verificar se há a emissão de descargas disruptivas,
fenômeno associado à falha da isolação
por esforço elétrico que acarreta queda brusca da
tensão e interrupção da passagem de corrente
elétrica, que representa risco de choque elétrico
para o usuário do aparelho.
Novamente,
todas as marcas analisadas foram consideradas conformes.
c. Detalhes
Mecânicos:
Os ensaios que
pertencem a essa categoria são:
- Resistência
à Umidade:
Nesse ensaio, as
amostras são colocadas em uma câmara com umidade
e temperatura controladas, sendo que a umidade relativa do ar
é elevada a 93%, durante 48 horas. Terminado esse período,
as amostras são novamente submetidas aos ensaios descritos
no item anterior.
Este procedimento
visa simular o comportamento do aparelho, durante seu funcionamento
normal, em ambientes com umidade elevada.
Todas as amostras
analisadas foram consideradas conformes.
- Funcionamento
em Condição Anormal:
De acordo com
o estabelecido pela norma técnica, os circuitos eletrônicos
de aparelhos eletrodomésticos devem ser projetados de
modo que riscos de incêndio e danos mecânicos que
prejudiquem a segurança ou a proteção contra
choque elétrico, em conseqüência de funcionamento
anormal ou manuseio descuidado por parte do usuário,
sejam evitados.
Dessa forma, as
amostras são colocadas em funcionamento e submetidas
ao mesmo ensaio duas vezes. A primeira, com potência ligeiramente
inferior à nominal e a segunda, ligeiramente superior.
Em ambos os casos, para os ferros a vapor, qualquer controle
que limite a temperatura durante o ensaio é curto-circuitado
e qualquer controle que limite a pressão durante o ensaio
é colocado fora de operação. Além
disso, os reservatórios de água podem estar cheios
ou vazios, dando-se prioridade para a situação
mais desfavorável.
Durante os ensaios,
as amostras não devem emitir chamas, metal fundido, gases
tóxicos ou inflamáveis em quantidades perigosas.
Todas as
amostras analisadas foram consideradas conformes.
- Estabilidade
e Riscos Mecânicos:
Esse ensaio verifica
se as amostras de ferro de passar roupa possuem estabilidade
adequada, a fim de proporcionar proteção adequada
ao usuário contra lesões físicas pessoais.
A conformidade
em relação a esse critério é verificada
colocando-se o aparelho em qualquer posição normal,
sobre um plano inclinado com um ângulo de 10º em relação
ao plano horizontal, com seu recipiente para líquido
preenchido até o limite de capacidade indicado pelas
instruções de utilização.
Das 07 (sete)
marcas analisadas, apenas a amostra da marca F
foi considerada não conforme, pois tombou ao ser colocada
sobre o plano inclinado.
- Resistência
Mecânica:
Esse ensaio simula
situações de possíveis solicitações
as quais a resistência da carcaça do aparelho pode
ser exposta durante seu funcionamento normal (utilização
e manuseio), como impactos provenientes de quedas, como, por
exemplo, cair de cima da tábua de passar.
Após o
ensaio, as amostras não devem ter sofrido danos que coloquem
em risco a segurança do consumidor, principalmente, no
que se refere à exposição de partes vivas
que possam causar choque elétrico ou danos estruturais
que possam ocasionar lesões ao usuário do produto.
Todas as
amostras analisadas foram consideradas conformes.
- Resistência
ao Calor e Fogo (Inflamabilidade):
Nesse ensaio,
através da simulação de situações
de acidente, as partes externas e não metálicas
do ferro de passar são submetidas, durante funcionamento
normal, a solicitações que verificam se as amostras
analisadas são resistentes ao calor, à combustão,
ou seja, se pegam fogo e, caso haja princípio de incêndio,
se há propagação de chama.
Ao término
dos ensaios, as partes analisadas devem se mostrar suficientemente
resistentes ao calor e à chama e não devem apresentar
qualquer dano físico que possa prejudicar a conformidade
dos aparelhos aos requisitos técnicos normativos e, conseqüentemente,
colocar em risco a segurança do usuário do produto.
A resistência
à deformação pelo calor é verificada
através do ensaio denominado ball pressure. Uma
esfera é pressionada contra as principais partes externas
do aparelho, a uma determinada temperatura, durante 1 (uma)
hora. A conformidade é verificada através da medição
da profundidade da impressão feita pela esfera no ponto
onde é aplicada. Segundo a norma, a profundidade da impressão
deve ser inferior a 2 mm (dois milímetros).
A combustão
e propagação da chama são verificadas através
da colocação de um objeto incandescente em contato
com as partes do aparelho.
Em ambos os ensaios,
as partes da amostra verificadas foram: a carcaça, a
empunhadura e o recipiente de água. O plugue de alimentação
é submetido apenas ao ensaio de combustão e propagação
de chama. Por ser de PVC, o ensaio de "pressão de
esfera" não é aplicável ao plugue
do cordão de alimentação.
No ensaio
de ball pressure, todas as amostras analisadas foram consideradas
conformes, pois a profundidade da impressão da esfera,
ao final do ensaio, foi inferior a 2 mm.
Quanto
ao ensaio de combustão e de propagação
de chama, todas as amostras também foram consideradas
conformes.
Resistência ao Enferrujamento
Verifica, através
de inspeção visual, se as partes ferrosas do aparelho
possuem proteção contra o enferrujamento, o que
pode acarretar em mau funcionamento do produto e representar risco
para a segurança do usuário.
Todas as amostras
analisadas foram consideradas conformes.
d. Detalhes
Construtivos:
Os ensaios que
pertencem a essa categoria são:
- Construção:
Esse item descreve
uma série de ensaios que são realizados com o
objetivo de verificar a conformidade de características
construtivas do aparelho relacionadas, principalmente, às
propriedades de isolação dos condutores (fios)
que compõem a parte elétrica do aparelho e à
possibilidade de ocorrência de choque elétrico,
no caso de contato entre condutores e partes metálicas
internas.
Além dessas,
outras características também são verificadas.
Os modelos de ferro a vapor, por exemplo, por serem classificados
como aparelhos para aquecimento de líquidos, devem
garantir a segurança do usuário contra o risco
de pressão excessiva, gerada a partir da produção
de vapor e devem ser resistentes à corrosão das
partes condutoras de corrente elétrica e das partes metálicas.
É dada
atenção especial às partes do aparelho
que entram em contato físico com o usuário, como
a empunhadura do ferro de passar e o botão regulador
de temperatura. Nesse caso, é verificada, entre outras
características, a elevação de temperatura
e a possibilidade de se tornarem partes vivas, ou seja, de provocarem
choque elétrico.
Das 12 (doze)
marcas analisadas, apenas 01 (uma), a
E, foi considerada não conforme. A não
conformidade detectada caracteriza-se pelo fato do botão
regulador de temperatura da amostra poder ser retirado manualmente
e novamente encaixado em diferentes posições e
não apenas na correta como exigido pela norma técnica,
apresentando, portanto, potencial de risco à segurança
do usuário.
- Fiação
Interna:
Esse item verifica
a conformidade de características inerentes à
parte elétrica interna do aparelho relacionadas, principalmente,
à isolação da fiação, que
garantam a proteção contra choques elétricos
e que verifiquem a possibilidade dessa fiação
tornar-se uma parte viva durante o funcionamento normal e manutenção
do produto.
Neste ensaio,
03 (três), das 07 (sete) marcas analisadas, foram consideradas
não conformes. São elas:
B, C e E.
A tabela V descreve
as irregularidades detectadas pelos ensaios nas amostras consideradas
não conformes.
Tabela
V
Marcas
|
Não Conformidades
|
B
|
O método utilizado para isolação
da fiação interna (luva isolante) não
possui fixação adequada, ou seja, em inspeção
manual, essa isolação pode ser retirada e
essa fiação torna-se uma parte viva exposta.
|
C
|
A isolação da fiação
da lâmpada interna não possui fixação,
ou seja, em inspeção manual, essa isolação
pode ser retirada e essa fiação torna-se uma
parte viva exposta.
|
E
|
Alguns condutores passam por cantos vivos
que danificam a sua isolação, expondo partes
que conduzem energia elétrica. Entende-se por cantos
vivos, partes internas da carcaça do aparelho que
possuem bordas afiadas.
|
3. Cordões
Flexíveis Externos (Fio):
Nesse item são
realizados ensaios que verificam características relacionadas
aos cordões de alimentação.
As características
verificadas incluem, por exemplo:
- o dimensionamento da seção
transversal (diâmetro) do fio em função
da corrente elétrica que alimentará o aparelho;
- o material utilizado na confecção
do cordão;
- a resistência mecânica,
verificada através da flexibilidade do cordão
quando submetido a movimentos que simulam aqueles ocorridos
durante a utilização do aparelho;
- se há contato físico
do cordão com bordas cortantes que podem expor partes
vivas.
Todas as amostras
das marcas analisadas foram consideradas não conformes
em, pelo menos, um dos itens verificados.
A tabela VI descreve as
irregularidades detectadas em cada uma das amostras consideradas
não conformes:
Tabela
VI
Marcas
|
Não Conformidades Detectadas
|
A
|
- O diâmetro do fio (0,73 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (10A).
- Houve dano na isolação do fio após
o ensaio de flexibilidade.
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
B
|
- O diâmetro do fio (0,74 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (10A).
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
C
|
- O diâmetro do fio (0,80 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
D
|
- O diâmetro do fio (0,73 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
E
|
- O diâmetro do fio (0,76 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
F
|
- O diâmetro do fio (0,78 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
G
|
- O diâmetro do fio (1,24 mm2) é
inferior ao especificado pela norma técnica para
a corrente elétrica medida durante o ensaio (10,3A).
- Houve dano na isolação do fio após
o ensaio de flexibilidade.
- O fio não possui isolação adicional
que o proteja de partes metálicas acessíveis.
|
Como pode ser
observado, todas as amostras apresentaram as mesmas não
conformidades em, pelo menos, dois dos itens da norma técnica
verificados, quanto ao diâmetro do cordão de alimentação
e quanto à necessidade de isolação adicional
do cordão de alimentação.
No primeiro caso,
a utilização de fio com diâmetro inferior
ao especificado para a corrente elétrica informada pelo
fabricante para o produto, pode possibilitar superaquecimento
do cordão de alimentação, em função
da redução do tempo de vida útil do condutor
e desperdício de energia elétrica provocado pelo
aquecimento.
No que diz respeito à
garantia da proteção do cordão de alimentação,
por meio de isolação adicional, ela faz-se necessária
com o objetivo de reduzir riscos de danos físicos que podem
ocorrer com o cabo a partir de contatos acidentais com partes
metálicas acessíveis que podem expor partes vivas,
colocando em risco a segurança do usuário do produto.
No caso do produto em questão, entende-se como parte metálica
acessível, a base de aquecimento do ferro elétrico
que pode atingir temperaturas elevadas e provocar danos à
isolação do cabo em caso de contato.
Conforme exposto anteriormente,
na descrição dos resultados obtidos no ensaio de
Proteção contra Choque Elétrico, toda não
conformidade envolvendo os cordões de alimentação
geram polêmica em função da duplicidade de
interpretações justificada pela existência
de normas técnicas que estabelecem diferentes critérios
para o mesmo assunto.
Deve-se buscar definição
para a questão através do estudo da revisão/harmonização
das normas técnicas que tratam sobre o assunto.
Resultado Geral
A tabela VII
relaciona a situação das marcas analisadas em relação
a cada uma das categorias verificadas e a conclusão final.
Tabela
VII
Ensaios
|
Marcas
|
Marcações e Instruções
|
Detalhes Elétricos
|
Detalhes Mecânicos
|
Detalhes Construtivos
|
Conclusão
|
A
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
B
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
C
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
D
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
E
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
F
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
G
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
O gráfico a seguir
descreve o número de não conformidades detectadas
em cada uma das marcas analisadas.
Posicionamento dos Fabricantes
Após
a conclusão dos ensaios, os fabricantes/importadores, que
tiveram amostras de seus produtos analisadas, receberam, do Inmetro,
os laudos de seus respectivos produtos, tendo sido concedido prazo
de 15 (quinze) dias para que se manifestassem a respeito dos resultados
obtidos.
A seguir, são
relacionados os fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente,
através de fax enviado ao Inmetro, e trechos de seus respectivos
posicionamentos.
A'
(Fabricante da marca A)
-
1º Posicionamento -
Acusamos o recebimento
de sua correspondência ...
Atendendo sua solicitação,
transcrevemos abaixo nossos comentários sobre os resultados
dos ensaios a que foi submetida uma amostra de nosso ferro de
passar roupa modelo Initial 10.
Agradecemos a oportunidade
de comentar os ensaios e os resultados obtidos, atendo-nos aos
que foram assinalados ... como não atendendo às
especificações dos documentos escolhidos.
Relatório:
Item 2, Marcação e Instruções (Item
7.10 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
Não se encontra indicada.
Comentários:
Não foi possível
entender qual é a não conformidade apontada. Solicitamos
a gentileza de justificá-la, para que possamos comentá-la.
Relatório:
Item 2, Marcação e Instruções (Item
7.12 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
Não consta no manual de instruções que o
usuário não pode deixar o ferro sem acompanhamento
quando o mesmo estiver ligado à alimentação.
Comentários:
Apesar de existir no
manual uma instrução similar (Desligue e retire
o plugue da tomada quando não for usar o aparelho, antes
...), iremos adicionar ao mesmo uma instrução
específica no sentido de que o aparelho não permaneça
sem acompanhamento quando ligado à alimentação.
Relatório:
Item 3, Proteção contra o acesso às partes
vivas (Item 8.1.1. da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
O dedo de prova normalizado acessa o pino energizado do plugue,
na condição deste parcialmente introduzido na tomada.
Comentários:
Conforme a NBR 6147
(item 10.1, 6º parágrafo), este ensaio não é
aplicável aos plugues e tomadas atualmente fabricados no
Brasil, que não estejam em conformidade com a padronização
NBR 14136.
O problema não
é do aparelho, mas do sistema nacional de plugues e tomadas.
Qualquer equipamento mal conectado a uma tomada (salvo se tiver
plugue com pinos isolados) encontra-se na mesma situação,
seja ele um simples abajur de mesa, uma geladeira, televisor,
computador, etc.
Relatório:
Item 15, Fiação Interna (Item 23 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
Vide item 25.14
Comentários:
Este item não
se aplica ao aparelho avaliado e refere-se exclusivamente à
fiação interna, e não ao cordão de
alimentação.
Vale comentar que mesmo
se este item fosse aplicável, o ensaio não seria
efetuado conforme prescrito no item 25.14.
Relatório:
Item 17, Ligação de alimentação e
cordões flexíveis externos (Item 25.8 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
Corrente medida 10A, a seção do cordão de
alimentação medida é 0,73 mm2.
Comentários:
Concordamos com o fato
de que este item não atende a norma em questão,
mas garantimos que o cordão de alimentação
utilizado, no que diz respeito à seção nominal
e isolação, não põe em risco a segurança
do usuário, pois o mesmo é fabricado segundo a norma
NBR 14633 e é submetido a exaustivos ensaios antes de sua
utilização.
Relatório:
Item 17, Ligação de alimentação e
cordões flexíveis externos (Item 25.14 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
Houve dano na isolação do cordão de alimentação
após o ensaio de flexibilidade.
Comentários:
Mesmo que o desgaste ocorrido na isolação de um
dos condutores do cordão de alimentação não
tenha sido suficiente para expor uma parte viva ( e ainda que
isso tivesse ocorrido não haveria risco, pois a região
do cordão onde a isolação estaria danificada
é confinada no interior do aparelho num compartimento constituído
de material isolante), estamos estudando como eliminá-lo.
Relatório:
Item 17, Ligação de alimentação e
cordões flexíveis externos (Item 25.20 da norma)
Observação:
O equipamento não atende este item.
Justificativa:
O cabo de alimentação deve ter isolação
e cobertura.
Comentários:
Uma vez que a norma
especifica que a isolação em questão pode
ser assegurada pela cobertura do cordão de alimentação
ou por outros meios, não conseguimos entender o motivo
da não conformidade. Solicitamos a gentileza de justificá-la
para que possamos comentá-la.
Em relação
aos resultados que geraram discordância por parte do fabricante
do produto e após consulta feita ao laboratório
responsável pelos ensaios, o Inmetro preparou resposta
esclarecendo os seguintes pontos:
- A não conformidade referente
à ausência de marcação das diferentes
posições do termostato foi retirada pois, de acordo
com o laboratório, houve erro de digitação;
- A não conformidade referente
à ocorrência de choque elétrico na situação
do plugue parcialmente introduzido na tomada foi mantida pois
a NBR NM IEC 335-1 permite essa interpretação;
- A não conformidade referente
ao diâmetro do cordão de alimentação
foi mantida pois a norma NBR NM IEC 335-1 é bastante
clara ao definir que, para correntes elétricas até
10A, a seção nominal (diâmetro) do cabo
de alimentação deve ser de 1mm2. O
cabo da amostra analisada apresentou seção nominal
de 0,73 mm2;
- A não conformidade referente
à necessidade de isolação adicional do
cordão de alimentação foi mantida pois
a NBR NM IEC 335-1 estabelece que cabos de alimentação
devem ser adicionalmente isolados das partes metálicas
acessíveis.
-
2º Posicionamento -
Em relação
ao último fax que nos foi enviado pelo Inmetro ... entendemos
estar ocorrendo um mal entendido na interpretação
do item 25.20 da norma.
Este item refere-se
à instalação do cordão no aparelho,
com o requisito aplicável à "ligação
tipo Y" ou à "ligação tipo Z".
Trata-se da exigência de uma isolação adicional
entre os condutores (isolados) do cordão e as partes metálicas
acessíveis, no interior do aparelho, a partir do ponto
de entrada do cordão até os terminais.
Tal isolação
pode ser constituída pela própria cobertura do cordão
que, conforme sua construção, pode ser de PVC, borracha
ou trança têxtil, ou ainda, citando os dizeres da
norma, pode ser constituída por "outros meios",
que não sejam a cobertura do mesmo.
No caso em questão,
esses outros meios são as paredes de material isolante
que constituem o compartimento dos terminais onde estão
alojados os condutores do cordão e que isolam esses condutores
da base metálica do aparelho. Portanto, o item 25.20 é
atendido.
Em nova resposta, o
Inmetro esclareceu que concorda com as colocações
feitas pelo fabricante do produto, exceto quando o mesmo fala
de "partes metálicas acessíveis, no interior
do aparelho". Não existem partes acessíveis
localizadas no interior do aparelho. Portanto, a não conformidade
permanece evidenciada.
-
3º Posicionamento -
Considerando o exposto
no último fax enviado pelo Inmetro ... divergimos da interpretação
do laboratório ...
Conforme nossa interpretação
... refere-se à instalação do cordão
no aparelho ... A isolação adicional mencionada
entre os condutores (isolados) do cordão e as partes metálicas
acessíveis, deve ocorrer no interior do aparelho, a partir
do ponto de entrada do cordão até os terminais.
Exemplos de aparelhos
que apresentam partes metálicas acessíveis são
ferro de passar roupa (sola, que no caso em questão é
a única parte metálica acessível), sanduicheiras
(placas de tostagem) e cafeteiras (placa de aquecimento).
Considerando os exemplos
acima e considerando ainda que a interpretação do
laboratório do item 25.20 seja correta ... quais poderiam
ser os "outros meios" citados neste item da norma?
Diante do exposto,
o Inmetro preparou nova resposta esclarecendo os seguintes pontos:
- O item 25.20 da norma de segurança
para aparelhos eletrodomésticos não trata da instalação
do cordão de alimentação no aparelho, e
sim, da isolação adicional dos condutores do cordão
de alimentação;
- A isolação adicional
dos condutores do cordão de alimentação
não deve ocorrer no interior do aparelho, e sim, ao longo
de todo o cordão de alimentação para garantir
a isolação dos condutores do cordão de
alimentação contra contatos acidentais com partes
metálicas acessíveis que podem, eventualmente,
danificar essa isolação.
Vejamos os exemplos
citados no referido fax. Todos os aparelhos eletrodomésticos
citados possuem partes metálicas acessíveis
que atingem temperaturas consideráveis durante funcionamento
normal que, quando em contato com o cordão de alimentação,
podem causar danos à sua estrutura.
A cobertura adicional
do cordão de alimentação é uma
forma de garantir essa isolação.
Como um dos princípios
da elaboração de uma norma técnica
é não restringir avanços tecnológicos,
o uso da expressão "outros meios" visa
contemplar novos métodos que possam ser adotados
a fim de garantir a isolação adicional dos
condutores do cordão de alimentação.
B'
(Fabricante da marca B)
Inicialmente, gostaríamos
de salientar que nosso ferro elétrico em questão
se encontra em processo de certificação voluntária,
junto à União Certificadora ... os quais receberão
a Marca Inmetro. Em anexo a esta carta, será enviada cópia
do Relatório de Ensaio emitido pela própria União
Certificadora.
Desta forma ... temos
a dizer o seguinte:
O símbolo
da natureza da fonte foi retirado indevidamente de nosso produto,
mas garantimos que após o recebimento do relatório
em questão todos os produtos já constam tal informação.
O plugue utilizado
está conforme a NIE-DINQP 051, anexo C, e de acordo com
a norma NBR 6147, o ensaio do dedo padrão com o plugue
parcialmente inserido só é aplicável à
tomadas padronizadas conforme NBR 14136, que entrará
em vigor a partir de 2005.
Hoje, no mercado,
todos os plugues estão desta maneira em uma situação
generalizada, não sendo particularidade de ferro elétrico.
Quando a este item,
favor verificar o item 11.1 do relatório de ensaio em
anexo ... onde este item está conforme, devido a apresentação
de documentação técnica, comprovando que
a temperatura de trabalho de nosso termostato é muito
maior que a temperatura obtida, portanto este item está
conforme.
A bucha ou isolador
não se movimenta quando aplicado um ensaio manual, onde
não foi notado no processo de certificação
do produto.
- Item 25.8 e 25.20 da norma:
Concordamos com o
fato de que estes itens não atendem nos quesitos seção
nominal e material, mas garantimos que o nosso cordão
de alimentação não põe em risco
a segurança de nossos usuários, pois é
produzido baseado na NBR 14633 e é submetido a ensaios
conforme normas de construção, de produto e outros
ensaios internos, antes de sua utilização.
Reiteramos nossa responsabilidade
para com nossos consumidores e faremos o possível para
que falhas como estas não voltem a ocorrer.
Em fax enviado ao fabricante,
o Inmetro utilizou-se dos mesmos argumentos técnicos descritos
na resposta elaborada para o fabricante da marca A para os itens
citados por ambas as empresas.
Além deles,
o Inmetro posicionou-se também em relação
às discordâncias quanto aos resultados dos itens
11 e 23.6.
A não conformidade
detectada no item 11, que trata do ensaio de aquecimento, foi
mantida pois a norma NBR NM IEC 335-1 é clara quanto ao
fato de que, quando o termostato não traz a marcação
da temperatura (T), a máxima elevação de
temperatura permitida é de 30k, limite que foi ultrapassado
durante o ensaio.
A análise em
questão refere-se à amostra comprada e analisada
pelo Inmetro, e não à amostra analisada durante
o processo de certificação do produto. Neste caso,
a não conformidade foi mantida.
C'
(Fabricante da marca C)
Agradecemos o fax enviado
... no qual tomamos conhecimento dos resultados obtidos nos ensaios
realizados pelo Labelo, dentre os quais destacamos os itens 7.10,
7.12, 8.1.1, 23.2, 25.8, 25.20 e 30.1 ... que não foram
atendidas conforme o especificado.
Informo que estão
sendo tomadas as ações para conformidade do ferro
de passar roupa FB900 com as normas NBR NM IEC 335-2-3/1998 e
NBR NM IEC 335-1/1998, conforme abaixo:
I – Item 7.10
As diferentes posições
das chaves em aparelhos devem ser indicadas por algarismos, letras
ou outros meios visuais. O nosso aparelho possui, no botão,
as indicações de temperaturas correspondente ao
tipo de tecido a ser passado.
II – Item 7.12
Está sendo
solicitado junto ao fornecedor a inclusão do primeiro item
no folheto de instrução.
III – Item 8.1.1.
Estamos providenciando
junto ao fornecedor a adequação do plugue.
IV – Item 23.2
Está sendo
solicitado junto ao fornecedor a fixação da isolação
da fiação da lâmpada.
V – Item 25.8
Estamos providenciando
a adequação da seção nominal do cordão
conforme especificado.
VI – Item 25.20
Está sendo
providenciada a adequação do cordão de alimentação
conforme a norma.
VII – Item 30.1
Estamos providenciando
junto ao fornecedor a adequação do material do plugue.
F'
(Fabricante da marca F)
...seguem ... questionamentos
em relação aos ensaios efetuados pelo Labelo em
nosso ferro de passar roupa.
Item 5 e 14 (11
e 22.13 da norma)
Em ensaios internos
encontramos elevação próxima de 7°C, algo
muito longe dos 55,9 encontrados pelo Labelo. Entendo que aí
houve um erro de interpretação pois da forma apresentada,
tem-se a impressão de que a norma permite, por exemplo,
uma temperatura de 90°C na empunhadura do ferro (k + ambiente
= 50+40 = 90°C). Uma temperatura impossível de ser suportada.
Item 17 (25.20 da
norma)
Com o ferro devidamente
montado, e é assim que entendo que deve ser realizado esse
ensaio, o cabo e suas conexões estão totalmente
isolados não estando qualquer parte viva, que conduzam
corrente elétrica, acessível ao usuário.
Item 22 (30.1 da
norma)
Por não haver
um padrão de plugue na NBR específica, entendo que
tal exigência ainda não está valendo ... Mesmo
assim já estamos providenciando alterações
que atenderão a NBR.
Por fim, quanto ao
cabo de alimentação já entramos em contato
com nosso fornecedor e já estamos introduzindo as modificações
necessárias.
Em relação
ao posicionamento do fabricante da marca F, o Inmetro esclarece
os seguintes pontos:
- As não conformidades detectadas
nos itens 11 e 22.13 foram desconsideradas pois houve erro do
laboratório no momento da transcrição dos
resultados da memória de cálculo para o relatório
de ensaio;
- A não conformidade detectada
no item 25.20 foi mantida. (vide comentários do Inmetro
no posicionamento do fabricante da marca A)
E'
(Fabricante da marca E)
Não fez contato com o Inmetro.
G'
(Fabricante da marca G)
Com relação
às não conformidades constatadas pelo Inmetro ...
temos os seguintes comentários:
- Item 7.12 da norma
O texto informativo
já existe no Manual de Instruções do produto,
será adequado ao texto padrão da norma.
- Item 8.1.1 da norma
O terminal do plugue
estará sendo adequado, assim que, conforme descrito na
NBR 6147 – Plugues e Tomadas para uso doméstico e análogo,
as tomadas residenciais estiverem padronizadas.
- Itens 25.8; 25.14; 25.20 e 30.1
da norma
As adequações
necessárias estão sendo analisadas e ajustadas
conforme a necessidade da norma.
D'
(Fabricante da marca D)
Através da solicitação
de posicionamento ... temos a informar:
Item 2. Marcação
e Instruções
A D' está acrescentando
ao manual de instruções o item de norma particular
(O usuário não pode deixar o ferro sem acompanhamento
quando o mesmo estiver ligado à alimentação).
Item 3. Proteção
contra o acesso às partes vivas
- Proteção adequada
contra contato acidental com partes vivas
Conforme norma NBR
6147 (Plugues e tomadas para uso doméstico) item 10 –
Proteção contra os choques elétricos, as
partes sob tensão dos plugues não podem ser acessíveis
quando estes estão parcial ou totalmente introduzidos
nas tomadas (a condição de parcialmente introduzido
aplica-se somente quando a tomada de ensaio for padronizada).
Tomadas padronizadas,
conforme NBR 14136 possuem poço que garante a proteção
contra os choques elétricos.
A norma NBR 6147
também indica a utilização de pinos maciços
e não maciços/estampados, ou seja, não
são pinos semi isolados.
- Seção dos condutores
Conforme norma NBR
14633 (Cordões flexíveis com isolação
extrudada de polietileno clorossulfonado – CSP para tensões
até 300V) item 1.1 Esta norma fixa as condições
exigíveis para cordões flexíveis com isolação
de polietielno clorossulfonado – CSP ou polímeros similares
... para tensões até 300V, utilizados em aparelhos
eletrodomésticos térmicos, particularmente em
ferro de passar roupa.
Item 1.2 Esta norma
abrange cordões paralelos, com seções nominais
de condutor de 0,75 mm2 a 2,5 mm2. E como
referências normativas a NBR 6880 (Condutores de cobre
mole para fios e cabos isolados).
A norma NBR 6880
especifica a resistência elétrica máxima
do condutor para uma seção nominal. No caso de
0,75 mm2, a resistência elétrica é
26 ohm/km, na qual o produto estaria dentro do especificado.
Conforme laudo do
Labelo, a corrente medida no equipamento foi 9,4 A. Portanto,
o cordão de HPN correto é de seção
1,0 mm2.
- Dupla isolação
Conforme item b) é
especificado cordão HPN.
Item 22 – Resistência
ao Calor, Fogo e Trilhamento
As partes isolantes
que sustentam as partes vivas, ou seja, as travessas/insertos
devem possuir material que suporte este ensaio. O fornecedor está
alterando o material utilizado na travessa dos pinos do plugue
de PP para Nylon.
Conclusão:
- Os pinos do plugue estão
conforme norma, ou seja, para a corrente até 10A.
- A resistência elétrica
dos condutores está conforme norma para a seção
nominal de 0,75 mm2.
O conjunto cabo com
plugue não está adequado à capacidade exigida
pelo equipamento.
OBS: A D' já
alterou o conjunto cordão com plugue para 2x1,0 mm2.
- O cordão de HPN está
conforme norma.
- A travessa dos pinos/suporte dos
pinos está sendo adequada para o ensaio de esfera.
O Inmetro respondeu
ao fabricante utilizando-se dos mesmos argumentos técnicos
descritos na resposta elaborada para a marca A.
Orientações ao Consumidor
Como
já foi dito anteriormente, o consumidor enfrenta um verdadeiro
dilema nessa época de racionamento de energia elétrica,
quanto ao uso do ferro elétrico: passar quantidades menores
de roupa por dia, cansar-se menos, porém, gastar mais luz
e correr o risco de ter o fornecimento de energia de sua residência
cortada, ou fazer o que todos recomendam para economizar energia
e juntar a maior quantidade de roupa possível e passar
tudo de uma vez, o que representa passar horas diante da tábua
de passar roupa.
- Selecionar modelos que ofereçam
diferentes benefícios que priorizam questões ergonômicas,
ou seja, voltadas para o conforto do usuário;
- Com ferros convencionais e com ferros
a vapor, passar primeiro as roupas que necessitam de temperaturas
mais altas e, depois, aquelas que precisam de menos calor;
- Com ferros que não forem a vapor,
mas tiverem regulagem de temperatura, comece a passar as roupas
que necessitam de menor temperatura;
- Sempre que puder, use vapor para alisar
as roupas muito amassadas;
- Não enrole o cabo no aparelho
ainda quente;
- Evite o contato do ferro ligado com
o cabo que o liga na tomada;
- Manter a tábua de passar em
local firme e na altura do quadril;
- Ficar sempre com postura reta, sem
dobrar a coluna;
- Deixar o fio solto para que o ferro
possa deslizar com facilidade;
- Sentar, relaxar e alongar os braços
e as costas a cada meia hora;
- Ajustar o termostato do ferro para
o tipo de roupa a ser passada;
- Quando tiver que interromper o trabalho,
não esqueça de desligar o aparelho.
Você
Sabia ...
...
que um ferro de passar roupa de 1.200 W, utilizado durante 08
horas por dia, uma vez por semana, consumirá 38,4 kWh por
mês, cerca de 5% a 7% do consumo total de uma residência,
o que equivale a R$ 9,78?
Atenção!!!
Para
esse cálculo utilizou-se a tarifa de R$ 0,25463 por kWh,
correspondente a um cliente de classe residencial, com consumo
entre 51 e 300 kWh por mês, com ICMS de 18% incluso.
Fontes:
www.lightrio.com.br;
www.celesc.com.br; www.eletropaulo.com.br
Conclusões
De
acordo com a análise dos resultados obtidos, observou-se
número significativo de não conformidades que, em
alguns casos, representam sérios riscos para a segurança
dos usuários do produto, como as detectadas nos ensaios
que verificam a proteção contra choque elétrico
e a conformidade do cordão de alimentação.
Dos 82 (oitenta e dois)
itens da norma técnica verificados, foram detectadas não
conformidades em 13 (treze), o que representa índice de
15,8% (quinze vírgula oito por cento) de irregularidades.
As demais irregularidades
são de caráter pontual e, portanto, não demonstram
que há a necessidade de definição e adoção
de medidas de melhoria da qualidade voltadas para todo o setor,
e sim, que cada fabricante deve revisar seus projetos com o objetivo
de corrigir as não conformidades encontradas.
Como fato relevante da
análise, destacamos a unanimidade por parte do setor de
que os critérios estabelecidos pelas normas técnicas
vigentes que tratam de plugues, tomadas e cordões de alimentação
são conflitantes com os estabelecidos pela norma técnica
utilizada para segurança de eletrodomésticos.
Diante do exposto, o Inmetro
formalizará solicitação à entidade
representativa do setor produtivo e à Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, para que seja reativada
a comissão de estudos que trabalhará no sentido
de revisar e harmonizar as normas técnicas que tratam do
assunto, com o objetivo de eliminar tais falhas.
Consequências
DATA |
AÇÕES |
10/03/2002 |
Divulgação no Programa Fantástico
da Rede Globo de Televisão |
28/05/2002 |
Reunião entre a Eletros, entidade representativa do
setor de produtos eletro-eletrônicos, e representantes
do Inmetro com o objetivo de definir nova metodologia de ensaios
para produtos eletrodomésticos. De agora em diante,
serão utilizadas duas normas de referência para
a realização dos ensaios, a NBR NM IEC 335-1,
para eletrodomésticos, que define critérios
de segurança para todo o equipamento, e a NBR 6147,
que define critérios para plugues e cordões
de alimentação e com base na qual é feita
a certificação compulsória dos cabos |
13/08/2007 |
Publicação da Portaria INMETRO / MDIC número 315, que estabelece que ferros elétricos de passar roupa devem possuir cordões flexíveis certificados compulsoriamente, de acordo com o Regulamento de Avaliação da Conformidade para Cordões Flexíveis com Isolação Extrudada de Polietileno Clorossulfonado (CSP) para Tensões até 300V, aprovado pela Portaria Inmetro nº 286/2007 |
|