.: Ferro Elétrico de Passar Roupa :.

Objetivo
Justificativa
Normas de Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelo ensaio
Marcas Analisadas
Informações das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Marcações e Instruções
Observação
Resultado Geral
Posicionamento dos Fabricantes
Conclusões
Consequências

Objetivo

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de 07 (sete) diferentes marcas de Ferro Elétrico de Passar Roupa consiste em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos, um dos processos coordenados pela Divisão de Educação para Qualidade do Inmetro. Esse Programa tem por objetivos:

    1. manter o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas bem fundamentadas, tornando-o consciente de seus direitos e responsabilidades;
    2. fornecer subsídios, através da informação, sobre a tendência da conformidade dos produtos disponíveis no mercado, para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos e serviços;
    3. diferenciar os produtos e serviços disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada;
    4. tornar o consumidor parte efetiva do processo de melhoria da qualidade do setor produtivo nacional.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não em conformidade com as especificações contidas em um Regulamento ou Norma Técnica indica uma tendência do setor em termos de qualidade.

A partir dos resultados obtidos, são definidas medidas de melhoria da qualidade que podem ser de caráter pontual, ou seja, adotadas por uma empresa ou grupo de empresas, ou geral, quando as medidas são direcionadas para todo o setor. O comprometimento do setor em definir e implementar tais medidas garante que o consumidor tenha, à sua disposição no mercado, produtos e serviços seguros e adequados às suas necessidades.

Justificativa

A análise de conformidade realizada no produto Ferro de Passar Roupa vai ao encontro do Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção do produto a ser analisado, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados à questões que envolvam a segurança do consumidor.

A tarefa de passar roupa é considerada por muitos como a mais árdua das obrigações domésticas e também a menos ergonômica. As dores nas costas, nas pernas e nas mãos, o cansaço e o calor são agravados por escolhas inadequadas tanto do ferro como da tábua de passar.

Quanto à escolha correta do ferro de passar, fatores como a potência do produto, a seleção da temperatura adequada para determinado tipo de roupa, o formato de sua base, o tamanho e a maleabilidade do fio podem se transformar em outros agravantes.

Associadas a essas características inerentes ao produto e à sua utilização, estão as questões que envolvem a segurança do usuário. Marcações, proteção contra choque elétrico, resistência mecânica, detalhes construtivos são alguns dos itens da norma de segurança verificados.

O Programa de Análise de Produtos pretende, com a apresentação da descrição dos ensaios, das não conformidades detectadas, dos riscos que representam para o usuário do produto, de dicas para o consumidor e das conclusões desta análise, fornecer ao consumidor, informações sobre a tendência da conformidade do produto que possam subsidiar e incrementar as decisões de compra.

Normas e Documentos de Referência

Para a realização dos ensaios foram utilizadas os seguintes documentos de referência:

  • NBR NM-IEC 335-1, de novembro de 1998: Segurança de Aparelhos Eletrodomésticos e Similares – Parte 1: Requisitos Gerais
  • NBR NM-IEC 335-2-3, de novembro de 1998: Segurança de Aparelhos Eletrodomésticos e Similares – Parte 2: Requisitos Particulares para Ferros Elétricos de Passar Roupa

Laboratório responsável pelo ensaio

Os ensaios de segurança foram realizados pelo LABELO – Laboratórios Especializados em Eletro-Eletrônica, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, localizado em Porto Alegre, integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios - RBLE e credenciado pela Coordenação Geral de Credenciamento do Inmetro para ensaios em aparelhos eletrodomésticos em geral e, mais especificamente, em ferro elétrico de passar roupa, forno de microondas, máquina de lavar roupa, fogões, apenas para citar alguns exemplos de sua extensa capacitação que compreende 68 (sessenta e oito) ensaios.

Marcas Analisadas

A análise foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada em 12 (doze) Estados: Goiás, Rondônia, Pará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, e identificou 23 (vinte e três) diferentes fornecedores, entre fabricantes e importadores, do produto.

Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência do mercado quanto à conformidade do produto, não é necessário analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas, com base na tradição, regionalização e participação de cada marca no mercado nacional, 07 (sete) diferentes marcas de ferro de passar roupa, 04 (quatro) nacionais e 03 (três) importadas, para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.

A pesquisa de mercado para esse produto identificou uma tendência de mercado. Apesar dos ferros a seco serem tradicionais e mais acessíveis em termos econômicos, a penetração dos ferros a vapor demonstrou ser muito maior, em função, principalmente, do número crescente de marcas e modelos disponíveis nos pontos de venda, provavelmente pelos recursos e vantagens que esse modelo oferece ao usuário.

Portanto, contrariando o critério do Programa de selecionar o produto de modelo mais simples e mais barato, foram compradas amostras de modelos de ferros a vapor com base na tendência apresentada pelo mercado.

A tabela I, a seguir, relaciona os fabricantes/importadores que tiveram amostras de seus produtos analisadas.

Tabela I

Marcas / Modelo

Potência (W)

Fabricantes/Importadores

Origem

A

1.200

A'

SP

B

1.200

B'

MG

C

1.200

C'

China

D

1.200

D'

SP

E

1.200

E'

China

F

1.200

F'

RJ

G

1.350

G'

México

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Ensaios Realizados e Resultados Obtidos

Foram compradas 03 (três) amostras de cada uma das marcas selecionadas, sendo que 02 (duas) foram submetidas aos ensaios de segurança descritos pelas normas técnicas, e a terceira guardada em sua embalagem original, para o caso de uma eventual repetição dos ensaios.

Os ensaios foram divididos nas seguintes categorias:

  1. Marcações e Instruções
  2. Detalhes Elétricos
  3. Detalhes Mecânicos
  4. Detalhes Construtivos

Marcações e Instruções

Esta categoria verifica se o corpo do aparelho e o manual de instruções que o acompanha trazem todas as informações necessárias que devem estar disponíveis ao usuário sobre o produto.

O corpo do aparelho deve estar marcado, de forma duradoura e legível, com as especificações técnicas sobre o produto como, por exemplo, sua potência ou corrente nominal, a tensão em que tem que ser ligado na rede elétrica, bem como o símbolo da classe de proteção que o aparelho oferece contra choque elétrico e contra a penetração de água. Além da presença da marcação, também é verificada a grafia das unidades, ou seja, se foram escritas corretamente.

Os ferros de passar roupa devem ser, de acordo com a norma aplicável, classe 0, no que diz respeito à isolação das partes vivas visando a proteção contra choque elétrico, e, pelo menos, IPX0, quanto à proteção contra a penetração de água.

Essas indicações costumam ser encontradas, em alto relevo, no plugue do aparelho.

Duas instruções são exigidas pela norma específica e devem estar, obrigatoriamente, no manual de instruções que acompanha o produto. A primeira diz respeito ao fato do usuário não deixar o aparelho sem acompanhamento quando o mesmo estiver ligado à alimentação e, a outra, que o plugue do cordão de alimentação deve ser removido da tomada antes de encher o reservatório de água.

Além disso, o manual de instruções deve trazer todas as informações consideradas relevantes sobre o aparelho, principalmente, sobre a sua utilização e manutenção, de modo que ele possa ser utilizado com segurança, redigidas de forma clara e em português.

Nessa categoria de ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas não conformes.

A tabela II descreve as não conformidades apresentadas por cada uma das marcas analisadas.

Tabela II

Marcas

Não Conformidades

A

  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
B

  • O aparelho não possui a marcação do símbolo da natureza da fonte.
C

  • As diferentes posições do termostato não são indicadas por algarismos, letras ou outros meios visuais.
  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
D

  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
E

  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
F

  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.
G

  • Não instrui que a tomada do aparelho não pode estar conectada à energia elétrica quando o mesmo estiver sem acompanhamento.

    b. Detalhes Elétricos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Proteção contra Choques Elétricos:
  2. Nesse ensaio é aplicado dispositivo (dedo padrão articulado) que verifica, através de simulações, se o aparelho oferece proteção adequada contra contatos acidentais com partes que tenham risco de expor os usuários a choque elétrico (partes vivas) durante qualquer tipo de operação, seja durante uma simples limpeza do aparelho ou por uma atividade anormal como, por exemplo, pela inserção de uma ferramenta ou do próprio dedo no interior da carcaça do aparelho.

    De acordo com a norma, o dedo-padrão não deve tocar nenhuma parte viva do aparelho quando operado em utilização normal, em todas as posições possíveis, mesmo após abrir tampas e remover partes destacáveis.

    Neste ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas não conformes, pois oferecem risco de choque elétrico ao usuário quando o dedo padrão é colocado em contato com o plugue parcialmente introduzido na tomada.

    Esse assunto gera certa polêmica por entre algumas empresas do setor que alegam que tal procedimento para verificação de contatos com partes vivas do aparelho é incorreto e usam, como justificativa, o fato de seus respectivos cabos de alimentação serem certificados.

    De fato, os cabos possuem certificação. Entretanto, esse modelo de avaliação da conformidade adotado para fios e cabos é feito com base em norma técnica diferente da que se refere à segurança de aparelhos eletrodomésticos. Segundo a NBR 6147, específica para fios e cabos, o ensaio do dedo padrão em plugues parcialmente introduzidos só é aplicável à tomadas certificadas de acordo com a norma NBR 14136, que só entra em vigor a partir de 2005.

    A adoção desse novo padrão de plugue e tomada eliminará a ocorrência de não conformidades como as detectadas durante os ensaios.

  3. Potência Absorvida:

Esse ensaio verifica se a potência do aparelho, na temperatura de funcionamento normal, corresponde à potência nominal indicada pelo fabricante/importador na embalagem do produto.

A divergência entre os valores de potência indicado e real, medidos durante o funcionamento do aparelho, pode ter as seguintes interpretações:

    • Se o desvio for maior que o limite máximo estabelecido pela norma (+5%):

Quanto maior o valor de potência, maior será o consumo de energia elétrica.

Maior geração de calor, menos tempo de utilização.

Existe o risco de sobrecarga, esquentar o cordão de alimentação e queimar a instalação elétrica.

    • Se o desvio for menor que o limite mínimo estabelecido pela norma (-10%):

Quanto menor o valor de potência, menor será o consumo de energia elétrica e, consequentemente, mais econômico será o produto.

Menor geração de calor, necessidade de maior tempo de funcionamento.

Das 07 (sete) marcas analisadas, apenas 01 (uma), D, foi considerada não conforme por apresentar desvio entre os valores da potência medida e indicada pelo fabricante acima do limite permitido pela norma.

A tabela III descreve o valor de potência indicado pelo fabricante (potência nominal) e o medido durante o ensaio (potência absorvida), com seus respectivos desvios e irregularidades.

Tabela III

Marcas

Potência Nominal (W)

Potência Medida (W)

Desvio Encontrado
(Desvio Permitido
+5% ou –10%)

Conclusão

A

1.200

1.195

-0,41%

Conforme

B

1.200

1.140

-5%

Conforme

C

1.200

1.180

-1,6%

Conforme

D

1.200

1.299

+8,25%

Não Conforme

E

1.200

1.169

-2,6%

Conforme

F

1.200

1.170

-2,5%

Conforme

G

1.350

1.357

+0,5%

Conforme

 

O gráfico a seguir demonstra um comparativo entre as potências medidas durante os ensaios em cada uma das amostras analisadas e tem por objetivo dar uma informação adicional ao consumidor de modo a contribuir para uma seleção melhor fundamentada em sua próxima compra.

3. Aquecimento:

    Nesse ensaio é verificado se as principais partes do aparelho (fiação interna, cordão de alimentação, termostato, empunhadura, entre outras) atingem temperaturas excessivas durante o funcionamento normal do produto, acima das quais o usuário estaria exposto ao risco de se queimar durante a utilização do aparelho.

    Neste ensaio, 02 (duas), das 07 (sete) marcas analisadas, foram consideradas não conformes pois a elevação de temperatura medida durante os ensaios foi superior ao limite máximo estabelecido pela norma técnica. São elas: B e G. Em ambos os casos, a não conformidade foi detectada na região do termostato, ou seja, no local onde a temperatura do ferro elétrico é regulada em função do tipo de roupa que se deseja passar.

    Cabe ressaltar que, as amostras analisadas dessas duas marcas não traziam a marcação de temperatura (T). Neste caso, a norma técnica estabelece o valor de 30k como limite máximo de elevação de temperatura.

    A tabela IV descreve os valores de elevação de temperatura medidos para as duas marcas consideradas não conformes e o quanto superaram o limite normativo.

Tabela IV

Marcas

Elevação de Temperatura Medida
(Máxima Elevação de Temperatura Medida = 30k)

Conclusão

B

157,4

5,25 vezes acima do máximo permitido

G

124,6

4,15 vezes acima do máximo permitido

    4. Corrente de Fuga:

Esse ensaio verifica, através de medição, se há fuga de corrente do aparelho, ou seja, se mesmo desligado, mas conectado à rede elétrica através do plugue de alimentação, o ferro elétrico consome energia, o que pode representar aumento do valor da conta de luz.

Essa medição é feita após a aplicação de uma sobretensão no aparelho.

A corrente de fuga, como é mais conhecida, é a corrente elétrica que "escapa" do aparelho e que tem como principais causas: emendas e isolação mal feitas de fios ou fios desencapados.

Além do aumento do consumo de energia, a corrente de fuga representa risco à segurança do usuário, pois pode causar choque elétrico.

Todas as amostras analisadas apresentaram valor de corrente de fuga abaixo do limite máximo estabelecido pela norma e, portanto, foram consideradas conformes.

Observação

O problema de corrente de fuga pode ocorrer com qualquer aparelho eletro-eletrônico e o consumidor pode facilmente verificar sua existência. Basta desligar todos os aparelhos das tomadas, conectar o aparelho que se pretende verificar e apagar as luzes. Se, após 15 minutos, o disco do medidor de energia ("relógio de luz") continuar girando é porque há fuga de corrente.

Após a medição da corrente de fuga, a isolação é submetida, mais uma vez, a uma sobretensão a fim de verificar se há a emissão de descargas disruptivas, fenômeno associado à falha da isolação por esforço elétrico que acarreta queda brusca da tensão e interrupção da passagem de corrente elétrica, que representa risco de choque elétrico para o usuário do aparelho.

Novamente, todas as marcas analisadas foram consideradas conformes.

    c. Detalhes Mecânicos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Resistência à Umidade:

Nesse ensaio, as amostras são colocadas em uma câmara com umidade e temperatura controladas, sendo que a umidade relativa do ar é elevada a 93%, durante 48 horas. Terminado esse período, as amostras são novamente submetidas aos ensaios descritos no item anterior.

Este procedimento visa simular o comportamento do aparelho, durante seu funcionamento normal, em ambientes com umidade elevada.

Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

  1. Funcionamento em Condição Anormal:
  2. De acordo com o estabelecido pela norma técnica, os circuitos eletrônicos de aparelhos eletrodomésticos devem ser projetados de modo que riscos de incêndio e danos mecânicos que prejudiquem a segurança ou a proteção contra choque elétrico, em conseqüência de funcionamento anormal ou manuseio descuidado por parte do usuário, sejam evitados.

    Dessa forma, as amostras são colocadas em funcionamento e submetidas ao mesmo ensaio duas vezes. A primeira, com potência ligeiramente inferior à nominal e a segunda, ligeiramente superior. Em ambos os casos, para os ferros a vapor, qualquer controle que limite a temperatura durante o ensaio é curto-circuitado e qualquer controle que limite a pressão durante o ensaio é colocado fora de operação. Além disso, os reservatórios de água podem estar cheios ou vazios, dando-se prioridade para a situação mais desfavorável.

    Durante os ensaios, as amostras não devem emitir chamas, metal fundido, gases tóxicos ou inflamáveis em quantidades perigosas.

    Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

  3. Estabilidade e Riscos Mecânicos:
  4. Esse ensaio verifica se as amostras de ferro de passar roupa possuem estabilidade adequada, a fim de proporcionar proteção adequada ao usuário contra lesões físicas pessoais.

    A conformidade em relação a esse critério é verificada colocando-se o aparelho em qualquer posição normal, sobre um plano inclinado com um ângulo de 10º em relação ao plano horizontal, com seu recipiente para líquido preenchido até o limite de capacidade indicado pelas instruções de utilização.

    Das 07 (sete) marcas analisadas, apenas a amostra da marca F foi considerada não conforme, pois tombou ao ser colocada sobre o plano inclinado.

  5. Resistência Mecânica:
  6. Esse ensaio simula situações de possíveis solicitações as quais a resistência da carcaça do aparelho pode ser exposta durante seu funcionamento normal (utilização e manuseio), como impactos provenientes de quedas, como, por exemplo, cair de cima da tábua de passar.

    Após o ensaio, as amostras não devem ter sofrido danos que coloquem em risco a segurança do consumidor, principalmente, no que se refere à exposição de partes vivas que possam causar choque elétrico ou danos estruturais que possam ocasionar lesões ao usuário do produto.

    Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

  7. Resistência ao Calor e Fogo (Inflamabilidade):
  8. Nesse ensaio, através da simulação de situações de acidente, as partes externas e não metálicas do ferro de passar são submetidas, durante funcionamento normal, a solicitações que verificam se as amostras analisadas são resistentes ao calor, à combustão, ou seja, se pegam fogo e, caso haja princípio de incêndio, se há propagação de chama.

    Ao término dos ensaios, as partes analisadas devem se mostrar suficientemente resistentes ao calor e à chama e não devem apresentar qualquer dano físico que possa prejudicar a conformidade dos aparelhos aos requisitos técnicos normativos e, conseqüentemente, colocar em risco a segurança do usuário do produto.

    A resistência à deformação pelo calor é verificada através do ensaio denominado ball pressure. Uma esfera é pressionada contra as principais partes externas do aparelho, a uma determinada temperatura, durante 1 (uma) hora. A conformidade é verificada através da medição da profundidade da impressão feita pela esfera no ponto onde é aplicada. Segundo a norma, a profundidade da impressão deve ser inferior a 2 mm (dois milímetros).

    A combustão e propagação da chama são verificadas através da colocação de um objeto incandescente em contato com as partes do aparelho.

    Em ambos os ensaios, as partes da amostra verificadas foram: a carcaça, a empunhadura e o recipiente de água. O plugue de alimentação é submetido apenas ao ensaio de combustão e propagação de chama. Por ser de PVC, o ensaio de "pressão de esfera" não é aplicável ao plugue do cordão de alimentação.

    No ensaio de ball pressure, todas as amostras analisadas foram consideradas conformes, pois a profundidade da impressão da esfera, ao final do ensaio, foi inferior a 2 mm.

    Quanto ao ensaio de combustão e de propagação de chama, todas as amostras também foram consideradas conformes.

    Resistência ao Enferrujamento

Verifica, através de inspeção visual, se as partes ferrosas do aparelho possuem proteção contra o enferrujamento, o que pode acarretar em mau funcionamento do produto e representar risco para a segurança do usuário.

Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

    d. Detalhes Construtivos:

Os ensaios que pertencem a essa categoria são:

  1. Construção:
  2. Esse item descreve uma série de ensaios que são realizados com o objetivo de verificar a conformidade de características construtivas do aparelho relacionadas, principalmente, às propriedades de isolação dos condutores (fios) que compõem a parte elétrica do aparelho e à possibilidade de ocorrência de choque elétrico, no caso de contato entre condutores e partes metálicas internas.

    Além dessas, outras características também são verificadas. Os modelos de ferro a vapor, por exemplo, por serem classificados como aparelhos para aquecimento de líquidos, devem garantir a segurança do usuário contra o risco de pressão excessiva, gerada a partir da produção de vapor e devem ser resistentes à corrosão das partes condutoras de corrente elétrica e das partes metálicas.

    É dada atenção especial às partes do aparelho que entram em contato físico com o usuário, como a empunhadura do ferro de passar e o botão regulador de temperatura. Nesse caso, é verificada, entre outras características, a elevação de temperatura e a possibilidade de se tornarem partes vivas, ou seja, de provocarem choque elétrico.

    Das 12 (doze) marcas analisadas, apenas 01 (uma), a E, foi considerada não conforme. A não conformidade detectada caracteriza-se pelo fato do botão regulador de temperatura da amostra poder ser retirado manualmente e novamente encaixado em diferentes posições e não apenas na correta como exigido pela norma técnica, apresentando, portanto, potencial de risco à segurança do usuário.

  3. Fiação Interna:
  4. Esse item verifica a conformidade de características inerentes à parte elétrica interna do aparelho relacionadas, principalmente, à isolação da fiação, que garantam a proteção contra choques elétricos e que verifiquem a possibilidade dessa fiação tornar-se uma parte viva durante o funcionamento normal e manutenção do produto.

    Neste ensaio, 03 (três), das 07 (sete) marcas analisadas, foram consideradas não conformes. São elas: B, C e E.

    A tabela V descreve as irregularidades detectadas pelos ensaios nas amostras consideradas não conformes.

Tabela V

Marcas

Não Conformidades

B

O método utilizado para isolação da fiação interna (luva isolante) não possui fixação adequada, ou seja, em inspeção manual, essa isolação pode ser retirada e essa fiação torna-se uma parte viva exposta.

C

A isolação da fiação da lâmpada interna não possui fixação, ou seja, em inspeção manual, essa isolação pode ser retirada e essa fiação torna-se uma parte viva exposta.

E

Alguns condutores passam por cantos vivos que danificam a sua isolação, expondo partes que conduzem energia elétrica. Entende-se por cantos vivos, partes internas da carcaça do aparelho que possuem bordas afiadas.

 

    3. Cordões Flexíveis Externos (Fio):

Nesse item são realizados ensaios que verificam características relacionadas aos cordões de alimentação.

As características verificadas incluem, por exemplo:

  • o dimensionamento da seção transversal (diâmetro) do fio em função da corrente elétrica que alimentará o aparelho;
  • o material utilizado na confecção do cordão;
  • a resistência mecânica, verificada através da flexibilidade do cordão quando submetido a movimentos que simulam aqueles ocorridos durante a utilização do aparelho;
  • se há contato físico do cordão com bordas cortantes que podem expor partes vivas.

Todas as amostras das marcas analisadas foram consideradas não conformes em, pelo menos, um dos itens verificados.

A tabela VI descreve as irregularidades detectadas em cada uma das amostras consideradas não conformes:

Tabela VI

Marcas

Não Conformidades Detectadas

A

  • O diâmetro do fio (0,73 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (10A).
  • Houve dano na isolação do fio após o ensaio de flexibilidade.

  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

B

  • O diâmetro do fio (0,74 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (10A).
  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

C

  • O diâmetro do fio (0,80 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

D

  • O diâmetro do fio (0,73 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).
  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

E

  • O diâmetro do fio (0,76 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).

  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

F

  • O diâmetro do fio (0,78 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (9,4A).

  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

G

  • O diâmetro do fio (1,24 mm2) é inferior ao especificado pela norma técnica para a corrente elétrica medida durante o ensaio (10,3A).
  • Houve dano na isolação do fio após o ensaio de flexibilidade.

  • O fio não possui isolação adicional que o proteja de partes metálicas acessíveis.

 

Como pode ser observado, todas as amostras apresentaram as mesmas não conformidades em, pelo menos, dois dos itens da norma técnica verificados, quanto ao diâmetro do cordão de alimentação e quanto à necessidade de isolação adicional do cordão de alimentação.

No primeiro caso, a utilização de fio com diâmetro inferior ao especificado para a corrente elétrica informada pelo fabricante para o produto, pode possibilitar superaquecimento do cordão de alimentação, em função da redução do tempo de vida útil do condutor e desperdício de energia elétrica provocado pelo aquecimento.

No que diz respeito à garantia da proteção do cordão de alimentação, por meio de isolação adicional, ela faz-se necessária com o objetivo de reduzir riscos de danos físicos que podem ocorrer com o cabo a partir de contatos acidentais com partes metálicas acessíveis que podem expor partes vivas, colocando em risco a segurança do usuário do produto. No caso do produto em questão, entende-se como parte metálica acessível, a base de aquecimento do ferro elétrico que pode atingir temperaturas elevadas e provocar danos à isolação do cabo em caso de contato.

Conforme exposto anteriormente, na descrição dos resultados obtidos no ensaio de Proteção contra Choque Elétrico, toda não conformidade envolvendo os cordões de alimentação geram polêmica em função da duplicidade de interpretações justificada pela existência de normas técnicas que estabelecem diferentes critérios para o mesmo assunto.

Deve-se buscar definição para a questão através do estudo da revisão/harmonização das normas técnicas que tratam sobre o assunto.

Resultado Geral

A tabela VII relaciona a situação das marcas analisadas em relação a cada uma das categorias verificadas e a conclusão final.

Tabela VII

Ensaios

Marcas

Marcações e Instruções

Detalhes Elétricos

Detalhes Mecânicos

Detalhes Construtivos

Conclusão

A

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

B

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

C

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

D

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

E

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

F

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

G

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

 

O gráfico a seguir descreve o número de não conformidades detectadas em cada uma das marcas analisadas.

Posicionamento dos Fabricantes

Após a conclusão dos ensaios, os fabricantes/importadores, que tiveram amostras de seus produtos analisadas, receberam, do Inmetro, os laudos de seus respectivos produtos, tendo sido concedido prazo de 15 (quinze) dias para que se manifestassem a respeito dos resultados obtidos.

A seguir, são relacionados os fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente, através de fax enviado ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos.

A' (Fabricante da marca A)

- 1º Posicionamento -

Acusamos o recebimento de sua correspondência ...

Atendendo sua solicitação, transcrevemos abaixo nossos comentários sobre os resultados dos ensaios a que foi submetida uma amostra de nosso ferro de passar roupa modelo Initial 10.

Agradecemos a oportunidade de comentar os ensaios e os resultados obtidos, atendo-nos aos que foram assinalados ... como não atendendo às especificações dos documentos escolhidos.

Relatório: Item 2, Marcação e Instruções (Item 7.10 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: Não se encontra indicada.

Comentários:

Não foi possível entender qual é a não conformidade apontada. Solicitamos a gentileza de justificá-la, para que possamos comentá-la.

Relatório: Item 2, Marcação e Instruções (Item 7.12 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: Não consta no manual de instruções que o usuário não pode deixar o ferro sem acompanhamento quando o mesmo estiver ligado à alimentação.

Comentários:

Apesar de existir no manual uma instrução similar (Desligue e retire o plugue da tomada quando não for usar o aparelho, antes ...), iremos adicionar ao mesmo uma instrução específica no sentido de que o aparelho não permaneça sem acompanhamento quando ligado à alimentação.

Relatório: Item 3, Proteção contra o acesso às partes vivas (Item 8.1.1. da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: O dedo de prova normalizado acessa o pino energizado do plugue, na condição deste parcialmente introduzido na tomada.

Comentários:

Conforme a NBR 6147 (item 10.1, 6º parágrafo), este ensaio não é aplicável aos plugues e tomadas atualmente fabricados no Brasil, que não estejam em conformidade com a padronização NBR 14136.

O problema não é do aparelho, mas do sistema nacional de plugues e tomadas. Qualquer equipamento mal conectado a uma tomada (salvo se tiver plugue com pinos isolados) encontra-se na mesma situação, seja ele um simples abajur de mesa, uma geladeira, televisor, computador, etc.

Relatório: Item 15, Fiação Interna (Item 23 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: Vide item 25.14

Comentários:

Este item não se aplica ao aparelho avaliado e refere-se exclusivamente à fiação interna, e não ao cordão de alimentação.

Vale comentar que mesmo se este item fosse aplicável, o ensaio não seria efetuado conforme prescrito no item 25.14.

Relatório: Item 17, Ligação de alimentação e cordões flexíveis externos (Item 25.8 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: Corrente medida 10A, a seção do cordão de alimentação medida é 0,73 mm2.

Comentários:

Concordamos com o fato de que este item não atende a norma em questão, mas garantimos que o cordão de alimentação utilizado, no que diz respeito à seção nominal e isolação, não põe em risco a segurança do usuário, pois o mesmo é fabricado segundo a norma NBR 14633 e é submetido a exaustivos ensaios antes de sua utilização.

Relatório: Item 17, Ligação de alimentação e cordões flexíveis externos (Item 25.14 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: Houve dano na isolação do cordão de alimentação após o ensaio de flexibilidade.

Comentários: Mesmo que o desgaste ocorrido na isolação de um dos condutores do cordão de alimentação não tenha sido suficiente para expor uma parte viva ( e ainda que isso tivesse ocorrido não haveria risco, pois a região do cordão onde a isolação estaria danificada é confinada no interior do aparelho num compartimento constituído de material isolante), estamos estudando como eliminá-lo.

Relatório: Item 17, Ligação de alimentação e cordões flexíveis externos (Item 25.20 da norma)

Observação: O equipamento não atende este item.

Justificativa: O cabo de alimentação deve ter isolação e cobertura.

Comentários:

Uma vez que a norma especifica que a isolação em questão pode ser assegurada pela cobertura do cordão de alimentação ou por outros meios, não conseguimos entender o motivo da não conformidade. Solicitamos a gentileza de justificá-la para que possamos comentá-la.

Em relação aos resultados que geraram discordância por parte do fabricante do produto e após consulta feita ao laboratório responsável pelos ensaios, o Inmetro preparou resposta esclarecendo os seguintes pontos:

  1. A não conformidade referente à ausência de marcação das diferentes posições do termostato foi retirada pois, de acordo com o laboratório, houve erro de digitação;
  2. A não conformidade referente à ocorrência de choque elétrico na situação do plugue parcialmente introduzido na tomada foi mantida pois a NBR NM IEC 335-1 permite essa interpretação;
  3. A não conformidade referente ao diâmetro do cordão de alimentação foi mantida pois a norma NBR NM IEC 335-1 é bastante clara ao definir que, para correntes elétricas até 10A, a seção nominal (diâmetro) do cabo de alimentação deve ser de 1mm2. O cabo da amostra analisada apresentou seção nominal de 0,73 mm2;
  4. A não conformidade referente à necessidade de isolação adicional do cordão de alimentação foi mantida pois a NBR NM IEC 335-1 estabelece que cabos de alimentação devem ser adicionalmente isolados das partes metálicas acessíveis.

- 2º Posicionamento -

Em relação ao último fax que nos foi enviado pelo Inmetro ... entendemos estar ocorrendo um mal entendido na interpretação do item 25.20 da norma.

Este item refere-se à instalação do cordão no aparelho, com o requisito aplicável à "ligação tipo Y" ou à "ligação tipo Z". Trata-se da exigência de uma isolação adicional entre os condutores (isolados) do cordão e as partes metálicas acessíveis, no interior do aparelho, a partir do ponto de entrada do cordão até os terminais.

Tal isolação pode ser constituída pela própria cobertura do cordão que, conforme sua construção, pode ser de PVC, borracha ou trança têxtil, ou ainda, citando os dizeres da norma, pode ser constituída por "outros meios", que não sejam a cobertura do mesmo.

No caso em questão, esses outros meios são as paredes de material isolante que constituem o compartimento dos terminais onde estão alojados os condutores do cordão e que isolam esses condutores da base metálica do aparelho. Portanto, o item 25.20 é atendido.

Em nova resposta, o Inmetro esclareceu que concorda com as colocações feitas pelo fabricante do produto, exceto quando o mesmo fala de "partes metálicas acessíveis, no interior do aparelho". Não existem partes acessíveis localizadas no interior do aparelho. Portanto, a não conformidade permanece evidenciada.

- 3º Posicionamento -

Considerando o exposto no último fax enviado pelo Inmetro ... divergimos da interpretação do laboratório ...

Conforme nossa interpretação ... refere-se à instalação do cordão no aparelho ... A isolação adicional mencionada entre os condutores (isolados) do cordão e as partes metálicas acessíveis, deve ocorrer no interior do aparelho, a partir do ponto de entrada do cordão até os terminais.

Exemplos de aparelhos que apresentam partes metálicas acessíveis são ferro de passar roupa (sola, que no caso em questão é a única parte metálica acessível), sanduicheiras (placas de tostagem) e cafeteiras (placa de aquecimento).

Considerando os exemplos acima e considerando ainda que a interpretação do laboratório do item 25.20 seja correta ... quais poderiam ser os "outros meios" citados neste item da norma?

Diante do exposto, o Inmetro preparou nova resposta esclarecendo os seguintes pontos:

  1. O item 25.20 da norma de segurança para aparelhos eletrodomésticos não trata da instalação do cordão de alimentação no aparelho, e sim, da isolação adicional dos condutores do cordão de alimentação;
  2. A isolação adicional dos condutores do cordão de alimentação não deve ocorrer no interior do aparelho, e sim, ao longo de todo o cordão de alimentação para garantir a isolação dos condutores do cordão de alimentação contra contatos acidentais com partes metálicas acessíveis que podem, eventualmente, danificar essa isolação.

Vejamos os exemplos citados no referido fax. Todos os aparelhos eletrodomésticos citados possuem partes metálicas acessíveis que atingem temperaturas consideráveis durante funcionamento normal que, quando em contato com o cordão de alimentação, podem causar danos à sua estrutura.

A cobertura adicional do cordão de alimentação é uma forma de garantir essa isolação.

Como um dos princípios da elaboração de uma norma técnica é não restringir avanços tecnológicos, o uso da expressão "outros meios" visa contemplar novos métodos que possam ser adotados a fim de garantir a isolação adicional dos condutores do cordão de alimentação.

B' (Fabricante da marca B)

Inicialmente, gostaríamos de salientar que nosso ferro elétrico em questão se encontra em processo de certificação voluntária, junto à União Certificadora ... os quais receberão a Marca Inmetro. Em anexo a esta carta, será enviada cópia do Relatório de Ensaio emitido pela própria União Certificadora.

Desta forma ... temos a dizer o seguinte:

  • Item 7.1 da norma:

O símbolo da natureza da fonte foi retirado indevidamente de nosso produto, mas garantimos que após o recebimento do relatório em questão todos os produtos já constam tal informação.

  • Item 8.1.1. da norma:

O plugue utilizado está conforme a NIE-DINQP 051, anexo C, e de acordo com a norma NBR 6147, o ensaio do dedo padrão com o plugue parcialmente inserido só é aplicável à tomadas padronizadas conforme NBR 14136, que entrará em vigor a partir de 2005.

Hoje, no mercado, todos os plugues estão desta maneira em uma situação generalizada, não sendo particularidade de ferro elétrico.

  • Item 11 da norma:

Quando a este item, favor verificar o item 11.1 do relatório de ensaio em anexo ... onde este item está conforme, devido a apresentação de documentação técnica, comprovando que a temperatura de trabalho de nosso termostato é muito maior que a temperatura obtida, portanto este item está conforme.

  • Item 23.6 da norma:

A bucha ou isolador não se movimenta quando aplicado um ensaio manual, onde não foi notado no processo de certificação do produto.

  • Item 25.8 e 25.20 da norma:

Concordamos com o fato de que estes itens não atendem nos quesitos seção nominal e material, mas garantimos que o nosso cordão de alimentação não põe em risco a segurança de nossos usuários, pois é produzido baseado na NBR 14633 e é submetido a ensaios conforme normas de construção, de produto e outros ensaios internos, antes de sua utilização.

Reiteramos nossa responsabilidade para com nossos consumidores e faremos o possível para que falhas como estas não voltem a ocorrer.

Em fax enviado ao fabricante, o Inmetro utilizou-se dos mesmos argumentos técnicos descritos na resposta elaborada para o fabricante da marca A para os itens citados por ambas as empresas.

Além deles, o Inmetro posicionou-se também em relação às discordâncias quanto aos resultados dos itens 11 e 23.6.

A não conformidade detectada no item 11, que trata do ensaio de aquecimento, foi mantida pois a norma NBR NM IEC 335-1 é clara quanto ao fato de que, quando o termostato não traz a marcação da temperatura (T), a máxima elevação de temperatura permitida é de 30k, limite que foi ultrapassado durante o ensaio.

A análise em questão refere-se à amostra comprada e analisada pelo Inmetro, e não à amostra analisada durante o processo de certificação do produto. Neste caso, a não conformidade foi mantida.

C' (Fabricante da marca C)

Agradecemos o fax enviado ... no qual tomamos conhecimento dos resultados obtidos nos ensaios realizados pelo Labelo, dentre os quais destacamos os itens 7.10, 7.12, 8.1.1, 23.2, 25.8, 25.20 e 30.1 ... que não foram atendidas conforme o especificado.

Informo que estão sendo tomadas as ações para conformidade do ferro de passar roupa FB900 com as normas NBR NM IEC 335-2-3/1998 e NBR NM IEC 335-1/1998, conforme abaixo:

I – Item 7.10

As diferentes posições das chaves em aparelhos devem ser indicadas por algarismos, letras ou outros meios visuais. O nosso aparelho possui, no botão, as indicações de temperaturas correspondente ao tipo de tecido a ser passado.

II – Item 7.12

Está sendo solicitado junto ao fornecedor a inclusão do primeiro item no folheto de instrução.

III – Item 8.1.1.

Estamos providenciando junto ao fornecedor a adequação do plugue.

IV – Item 23.2

Está sendo solicitado junto ao fornecedor a fixação da isolação da fiação da lâmpada.

V – Item 25.8

Estamos providenciando a adequação da seção nominal do cordão conforme especificado.

VI – Item 25.20

Está sendo providenciada a adequação do cordão de alimentação conforme a norma.

VII – Item 30.1

Estamos providenciando junto ao fornecedor a adequação do material do plugue.

F' (Fabricante da marca F)

...seguem ... questionamentos em relação aos ensaios efetuados pelo Labelo em nosso ferro de passar roupa.

Item 5 e 14 (11 e 22.13 da norma)

Em ensaios internos encontramos elevação próxima de 7°C, algo muito longe dos 55,9 encontrados pelo Labelo. Entendo que aí houve um erro de interpretação pois da forma apresentada, tem-se a impressão de que a norma permite, por exemplo, uma temperatura de 90°C na empunhadura do ferro (k + ambiente = 50+40 = 90°C). Uma temperatura impossível de ser suportada.

Item 17 (25.20 da norma)

Com o ferro devidamente montado, e é assim que entendo que deve ser realizado esse ensaio, o cabo e suas conexões estão totalmente isolados não estando qualquer parte viva, que conduzam corrente elétrica, acessível ao usuário.

Item 22 (30.1 da norma)

Por não haver um padrão de plugue na NBR específica, entendo que tal exigência ainda não está valendo ... Mesmo assim já estamos providenciando alterações que atenderão a NBR.

Por fim, quanto ao cabo de alimentação já entramos em contato com nosso fornecedor e já estamos introduzindo as modificações necessárias.

Em relação ao posicionamento do fabricante da marca F, o Inmetro esclarece os seguintes pontos:

  1. As não conformidades detectadas nos itens 11 e 22.13 foram desconsideradas pois houve erro do laboratório no momento da transcrição dos resultados da memória de cálculo para o relatório de ensaio;
  2. A não conformidade detectada no item 25.20 foi mantida. (vide comentários do Inmetro no posicionamento do fabricante da marca A)

E' (Fabricante da marca E)

Não fez contato com o Inmetro.

G' (Fabricante da marca G)

Com relação às não conformidades constatadas pelo Inmetro ... temos os seguintes comentários:

  1. Item 7.12 da norma
  2. O texto informativo já existe no Manual de Instruções do produto, será adequado ao texto padrão da norma.

  3. Item 8.1.1 da norma
  4. O terminal do plugue estará sendo adequado, assim que, conforme descrito na NBR 6147 – Plugues e Tomadas para uso doméstico e análogo, as tomadas residenciais estiverem padronizadas.

  5. Itens 25.8; 25.14; 25.20 e 30.1 da norma

As adequações necessárias estão sendo analisadas e ajustadas conforme a necessidade da norma.

D' (Fabricante da marca D)

Através da solicitação de posicionamento ... temos a informar:

Item 2. Marcação e Instruções

A D' está acrescentando ao manual de instruções o item de norma particular (O usuário não pode deixar o ferro sem acompanhamento quando o mesmo estiver ligado à alimentação).

Item 3. Proteção contra o acesso às partes vivas

  1. Proteção adequada contra contato acidental com partes vivas
  2. Conforme norma NBR 6147 (Plugues e tomadas para uso doméstico) item 10 – Proteção contra os choques elétricos, as partes sob tensão dos plugues não podem ser acessíveis quando estes estão parcial ou totalmente introduzidos nas tomadas (a condição de parcialmente introduzido aplica-se somente quando a tomada de ensaio for padronizada).

    Tomadas padronizadas, conforme NBR 14136 possuem poço que garante a proteção contra os choques elétricos.

    A norma NBR 6147 também indica a utilização de pinos maciços e não maciços/estampados, ou seja, não são pinos semi isolados.

  3. Seção dos condutores
  4. Conforme norma NBR 14633 (Cordões flexíveis com isolação extrudada de polietileno clorossulfonado – CSP para tensões até 300V) item 1.1 Esta norma fixa as condições exigíveis para cordões flexíveis com isolação de polietielno clorossulfonado – CSP ou polímeros similares ... para tensões até 300V, utilizados em aparelhos eletrodomésticos térmicos, particularmente em ferro de passar roupa.

    Item 1.2 Esta norma abrange cordões paralelos, com seções nominais de condutor de 0,75 mm2 a 2,5 mm2. E como referências normativas a NBR 6880 (Condutores de cobre mole para fios e cabos isolados).

    A norma NBR 6880 especifica a resistência elétrica máxima do condutor para uma seção nominal. No caso de 0,75 mm2, a resistência elétrica é 26 ohm/km, na qual o produto estaria dentro do especificado.

    Conforme laudo do Labelo, a corrente medida no equipamento foi 9,4 A. Portanto, o cordão de HPN correto é de seção 1,0 mm2.

  5. Dupla isolação

Conforme item b) é especificado cordão HPN.

Item 22 – Resistência ao Calor, Fogo e Trilhamento

As partes isolantes que sustentam as partes vivas, ou seja, as travessas/insertos devem possuir material que suporte este ensaio. O fornecedor está alterando o material utilizado na travessa dos pinos do plugue de PP para Nylon.

Conclusão:

  1. Os pinos do plugue estão conforme norma, ou seja, para a corrente até 10A.
  2. A resistência elétrica dos condutores está conforme norma para a seção nominal de 0,75 mm2.
  3. O conjunto cabo com plugue não está adequado à capacidade exigida pelo equipamento.

    OBS: A D' já alterou o conjunto cordão com plugue para 2x1,0 mm2.

  4. O cordão de HPN está conforme norma.
  5. A travessa dos pinos/suporte dos pinos está sendo adequada para o ensaio de esfera.

O Inmetro respondeu ao fabricante utilizando-se dos mesmos argumentos técnicos descritos na resposta elaborada para a marca A.

Orientações ao Consumidor

Como já foi dito anteriormente, o consumidor enfrenta um verdadeiro dilema nessa época de racionamento de energia elétrica, quanto ao uso do ferro elétrico: passar quantidades menores de roupa por dia, cansar-se menos, porém, gastar mais luz e correr o risco de ter o fornecimento de energia de sua residência cortada, ou fazer o que todos recomendam para economizar energia e juntar a maior quantidade de roupa possível e passar tudo de uma vez, o que representa passar horas diante da tábua de passar roupa.

  • Selecionar modelos que ofereçam diferentes benefícios que priorizam questões ergonômicas, ou seja, voltadas para o conforto do usuário;
  • Com ferros convencionais e com ferros a vapor, passar primeiro as roupas que necessitam de temperaturas mais altas e, depois, aquelas que precisam de menos calor;
  • Com ferros que não forem a vapor, mas tiverem regulagem de temperatura, comece a passar as roupas que necessitam de menor temperatura;
  • Sempre que puder, use vapor para alisar as roupas muito amassadas;
  • Não enrole o cabo no aparelho ainda quente;
  • Evite o contato do ferro ligado com o cabo que o liga na tomada;
  • Manter a tábua de passar em local firme e na altura do quadril;
  • Ficar sempre com postura reta, sem dobrar a coluna;
  • Deixar o fio solto para que o ferro possa deslizar com facilidade;
  • Sentar, relaxar e alongar os braços e as costas a cada meia hora;
  • Ajustar o termostato do ferro para o tipo de roupa a ser passada;
  • Quando tiver que interromper o trabalho, não esqueça de desligar o aparelho.

Você Sabia ...

... que um ferro de passar roupa de 1.200 W, utilizado durante 08 horas por dia, uma vez por semana, consumirá 38,4 kWh por mês, cerca de 5% a 7% do consumo total de uma residência, o que equivale a R$ 9,78?

Atenção!!!

Para esse cálculo utilizou-se a tarifa de R$ 0,25463 por kWh, correspondente a um cliente de classe residencial, com consumo entre 51 e 300 kWh por mês, com ICMS de 18% incluso.

Fontes: www.lightrio.com.br; www.celesc.com.br; www.eletropaulo.com.br

Conclusões

De acordo com a análise dos resultados obtidos, observou-se número significativo de não conformidades que, em alguns casos, representam sérios riscos para a segurança dos usuários do produto, como as detectadas nos ensaios que verificam a proteção contra choque elétrico e a conformidade do cordão de alimentação.

Dos 82 (oitenta e dois) itens da norma técnica verificados, foram detectadas não conformidades em 13 (treze), o que representa índice de 15,8% (quinze vírgula oito por cento) de irregularidades.

As demais irregularidades são de caráter pontual e, portanto, não demonstram que há a necessidade de definição e adoção de medidas de melhoria da qualidade voltadas para todo o setor, e sim, que cada fabricante deve revisar seus projetos com o objetivo de corrigir as não conformidades encontradas.

Como fato relevante da análise, destacamos a unanimidade por parte do setor de que os critérios estabelecidos pelas normas técnicas vigentes que tratam de plugues, tomadas e cordões de alimentação são conflitantes com os estabelecidos pela norma técnica utilizada para segurança de eletrodomésticos.

Diante do exposto, o Inmetro formalizará solicitação à entidade representativa do setor produtivo e à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, para que seja reativada a comissão de estudos que trabalhará no sentido de revisar e harmonizar as normas técnicas que tratam do assunto, com o objetivo de eliminar tais falhas.

Consequências

DATA

AÇÕES

10/03/2002

Divulgação no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão

28/05/2002 Reunião entre a Eletros, entidade representativa do setor de produtos eletro-eletrônicos, e representantes do Inmetro com o objetivo de definir nova metodologia de ensaios para produtos eletrodomésticos. De agora em diante, serão utilizadas duas normas de referência para a realização dos ensaios, a NBR NM IEC 335-1, para eletrodomésticos, que define critérios de segurança para todo o equipamento, e a NBR 6147, que define critérios para plugues e cordões de alimentação e com base na qual é feita a certificação compulsória dos cabos
13/08/2007 Publicação da Portaria INMETRO / MDIC número 315, que estabelece que ferros elétricos de passar roupa devem possuir cordões flexíveis certificados compulsoriamente, de acordo com o Regulamento de Avaliação da Conformidade para Cordões Flexíveis com Isolação Extrudada de Polietileno Clorossulfonado (CSP) para Tensões até 300V, aprovado pela Portaria Inmetro nº 286/2007