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Na Medida

Edição 4 - julho de 2017

3 perguntas para
Celso Barbosa de Sant´Anna Filho, chefe do Laboratório de Microscopia Aplicada às Ciências da Vida (Lamav)

Rodrigo FelixQuais principais linhas de pesquisas desenvolvidas no laboratório e suas aplicações?

O laboratório tem como foco principal a utilização da microscopia como ferramenta de biometrologia para entendimento de estruturas e processos celulares. Neste contexto, trabalhamos com a microscopia na área biológica, desde o nível tecidual (animal ou vegetal) passando por protozoários parasitas, bactérias, células de mamífero e tumorais, assim como macromoléculas.

Hoje, temos quatro projetos macro. O primeiro deles é o desenvolvimento de quimioterápicos que atuam contra doenças negligenciadas, especialmente Doença de Chagas e Giardíase. Temos um grupo da própria diretoria, com colaboração de pesquisadores de outras instituições, que desenvolve ou otimiza compostos e realiza testes morfológicos para verificar a resposta da célula aos tratamentos, o trânsito intracelular da droga, a estrutura intracelular e a via metabólica da célula afetada.

Outros dois projetos estão ligados à produção de materiais biológicos em escala nanométrica e ao desenvolvimento de drogas com atividades antitumorais, mais especificamente, contra o câncer de mama e câncer cerebral.

Por fim, há pesquisas relacionadas à identificação de resíduos de tiros oriundos da espoleta das armas de fogo. Por meio de um acordo de cooperação técnica com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, materiais coletados corpos, indivíduos e/ou objetos são levados para análise no microscópio eletrônico de varredura, acoplado a um detector de elementos químicos, que consegue identificar pólvora mesmo em baixíssimas quantidades. A alta sensibilidade e especificidade técnica são diferencial em relação ao método colorimétrico, usualmente utilizado pela polícia. Essa técnica implementada no Inmetro é o padrão-ouro para análises de resíduo de tiro no mundo.

Como é o funcionamento do Centro de Equipamentos Multiusuário do Lamav, no Campus de Xerém? Qual a importância dele?

O Lamav tem, como uma de suas missões, formar usuários qualificados, dar suporte técnico e operacional, assim como garantir acesso aos microscópios a diferentes grupos de pesquisa localizados em instituições de ensino, agências de governo, indústrias e centros de ciência e tecnologia. O objetivo é transferir conhecimentos científicos e metrológicos, que possam fomentar pesquisa e inovação em áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional.

Temos, hoje, seis diferentes tipos de microscópio: eletrônico de transmissão; eletrônico de varredura; de força atômica; óptico de super-resolução, confocal de varredura a laser e de análise celular multiparamétrica.  Cada um tem uma utilização específica e pode ser de interesse, por exemplo, de instituições de pesquisa e desenvolvimento, de órgãos reguladores, de empresas das áreas de biotecnologia ou de fármacos. Para utilizá-los, é preciso entrar em contato pelo e-mail apoiodimav@inmetro.gov.br

Conseguir laboratórios que têm estrutura tão complexa é difícil, principalmente em função do preço de aquisição e de manutenção dos equipamentos. Já que temos estrutura ímpar, que pouquíssimos centros de pesquisa no Brasil têm, o Inmetro resolveu abrir as portas para a comunidade científica e industrial. Quando damos suporte a diversas pesquisas, de diversos grupos, ajudamos a dar valor e a desenvolver o País.

Como a metrologia se insere nas Ciências da Vida?

Grande parte de nosso trabalho no Lamav é empregar os aspectos teóricos e práticos da biometrologia para quantificar e medir parâmetros celulares. Por exemplo: quando uma célula é tratada com um medicamento, ela responde, muitas vezes, alterando estruturas ou vias celulares fundamentais. Então, nós medimos e quantificamos parâmetros em culturas in vitro, tais como: quantidade de células, morte celular, a diferença de volume e de área da célula e micronúcleo, assim como, as modificações morfológicas em nível subcelular. A aplicação do cálculo de incerteza das medições, matérias de referência para calibração dos microscópios e da validação de métodos analíticos, dá confiabilidade metrológica para cada análise realizada.

O Lamav aplica a metrologia na ciência, com toda a confiabilidade possível, em função da necessidade de alinhamento com normas internacionais. O laboratório preza pelo alto nível de conhecimento do processo de medição aplicado à bioanálise, e, para isso, a microscopia é uma das principais ferramentas.

 


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