O Sindicato da Indústria de Balanças, Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Sibapem) e o Instituto Nacional e Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) realizam no dia 30 de maio, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), em São Paulo, o 1º Seminário de Segurança Cibernética em Metrologia Legal (SCML). Na ocasião serão debatidas e apresentadas as tecnologias e perspectivas futuras da segurança de software em equipamentos de Metrologia Legal no País, como medidores inteligentes de energia, balanças e bombas de combustível. No Brasil, o Inmetro lidera as pesquisas para o desenvolvimento de ferramentas para a avaliação de requisitos de segurança da informação em softwares embarcados. O presidente do Instituto, Luís Fernando Panelli Cesar, abrirá o evento.

Cada vez mais o consumo de produtos e serviços essenciais pela rede faz parte do nosso cotidiano. São bilhões de objetos ‘falando’ uns com os outros, no fenômeno que ficou conhecido como Internet das Coisas. Smartphones, tablets, medidores de energia, computadores, geladeiras, automóveis e televisores, tudo está conectado. Com isso, cresce a demanda por segurança da rede, visando evitar diversos tipos de ataques.

Em Metrologia Legal, por exemplo, o Inmetro, órgão responsável por aprovar todos os modelos de medidores de energia em uso no País, publicou o regulamento para a fabricação e comercialização dos medidores inteligentes (smart meters), que permitem registrar o consumo em função de faixas horárias pré-estabelecidas, possibilitando, assim, a introdução da cobrança de energia diferenciada por horário.

“Há uma forte demanda da indústria de energia elétrica brasileira para a instalação do Smart Grid no país, com padrões mundiais, em convergência regulatória, e a diminuição dos prazos de aprovação de modelo. Em relação às bombas medidoras de combustível, o certificado digital de autenticidade já será uma realidade, juntamente com a possibilidade inovadora de inserir o consumidor como agente de fiscalização por meio de aplicativos para telefones móveis”, comentou o chefe da Divisão de Instrumentação, Software e Condições Ambientais, Marcos Trevisan.

“É preciso que estas novas funcionalidades possam ser disponibilizadas a usuários e distribuidoras de uma forma segura, tanto para a concessionária quanto para o usuário. Para superar estes desafios, o Inmetro vem investindo forte no desenvolvimento de novos mecanismos para a proteção dos programas instalados em dispositivos de medição, como nas balanças e nas bombas de gasolina, por exemplo”, definiu Luiz Fernando Rust, especialista sênior em Metrologia e Qualidade.

O Inmetro vem interagindo com outros países sobre a questão da convergência regulatória, criptografia e a segurança cibernética em Infraestruturas Inteligentes, como os Estados Unidos, hoje um parceiro estratégico para o Brasil sob o ponto de vista comercial.

“O Instituto está preparado para acompanhar as novas revoluções tecnológicas e pronto para dar apoio ao País, propiciando segurança entre redes da indústria nacional e o mercado externo”, ressaltou Rust.

Segundo ele, algumas discussões, como as que ocorrerão durante o II Workshop de Regulação, Certificação de Segurança -WRAC+, a ser realizado em novembro, em Niterói (durante o SBSeg 2016), trarão importantes avanços para a inclusão de requisitos de segurança cibernética nos regulamentos de eletroeletrônicos. “Cada vez mais os eletroeletrônicos estão informatizados e inteligentes, da geladeira a uma smart TV, por exemplo. Tudo isso num futuro próximo poderá passar por essa avaliação”, ponderou Rust.

O diretor de Metrologia Legal do Inmetro, Luiz Carlos Gomes, e o coordenador do II WRAC, Raphael Machado também participarão das apresentações.

“O Sibapem vem discutindo com o Inmetro os regulamentos de Software para diversos setores da Metrologia Legal”, explica Fernando Filizola, presidente do Sindicato. Preocupado em levar as informações e tecnologias para os fabricantes, Filizola criou a Diretoria de Software Metrológico no sindicato. “As indústrias são os agentes transformadores do mercado. Precisamos incluir todos os fabricantes na discussão das tecnologias de segurança de software", comentou Jonny Doin, responsável pela diretoria de software.