Na última quinta-feira, dia 16 de fevereiro, o Inmetro recebeu no Campus de Xerém representantes da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece), e das empresas Pirelli, Michelin e Goodyear, para discutir novos critérios para pneus automotivos no Brasil, produtos que já são certificados compulsoriamente.

Durante o seminário, realizado no Auditório do Centro Operacional, foram abordadas diversas questões técnicas, com a intenção de incluir entre os requisitos indicadores de aderência ao piso molhado em frenagem, resistência ao deslocamento e emissão de ruídos. Estes fatores impactam diretamente na segurança, consumo de combustível, emissão de CO2 para a atmosfera e redução na poluição sonora, respectivamente. Os novos indicadores deverão constar nas etiquetas afixadas nos pneus, com notas de A a G para frenagem e resistência, além da classificação em três níveis da emissão de ruídos.

Após a abertura realizada pelo presidente do Inmetro, João Jornada, que destacou a importância do evento, o Diretor da Qualidade, Alfredo Lobo deu início ao debate. Apresentou aos presentes o Instituto e sua ampla área de atuação, além de fazer um breve panorama do que é feito hoje no país em Certificação de Pneus.

“Existe uma comissão técnica estudando a inclusão destes requisitos no regulamento de certificação, que ainda irá entrar em consulta pública. As empresas do setor terão um prazo para se adequarem, mas até o final de 2014 o cumprimento destas normas deve ser obrigatório para os produtos comercializados no mercado brasileiro”, afirmou Lobo.

Países da Europa, além de Japão e Coreia, já possuem modelos de etiquetas com estes indicadores, e cada representante das empresas apresentou um pouco do que é feito. “Os prazos de adaptação variam de acordo com o tipo de pneu, usado em carros de passeio ou caminhões, por exemplo. Isto porque a indústria nos sinalizou que é necessária esta diferenciação para que o fluxo de produtos para o mercado não seja interrompido, o que poderia causar um desabastecimento”, explicou Marco Spinetto, responsável pela área de planejamento de projetos, padrões e regulamentação da Pirelli.

Um aspecto destacado por Randy Clark, vice-presidente de marketing da Michelin para as Américas, é a importância de alinhar os procedimentos de ensaio dos laboratórios. “Devido ao número de países que compõem a União Europeia, os resultados podem apresentar variações. Para eliminar este fator, optamos por correlacionar as máquinas dos institutos acreditados para harmonizar os métodos de testagem”, esclareceu Clark.

Eugênio Deliberato, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, enumerou as dificuldades enfrentadas pelo produto nacional frente aos importados, mas destacou que as alterações na certificação devem contribuir para acelerar a inovação com a nova política industrial do Plano Brasil Maior, elevando a competitividade dos produtos brasileiros.

“O foco, com a utilização da etiqueta, são os benefícios para o consumidor. E, para atender aos novos critérios, as indústrias terão de investir em tecnologia para que todas atuem em um mesmo nível, mas também possam levar mais credibilidade ao consumidor”, finalizou Rick Scavuzzo, diretor global de programas de tecnologia da Goodyear.