.: Pesquisadores do Inmetro e da Unesp publicam livro sobre energia renovável :.

Pesquisas desenvolvidas na Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida (Dimav) para otimização de tecnologias para produção do bioetanol viraram capítulos de livro. A obra intitulada “Bioethanol and Beyond – Advances in Production Process and Future Direction” foi editada e lançada pelo pesquisador da Unesp de Rio Claro (SP) e ex-colaborador da Dimav, Michel Brienzo, e traz uma abordagem abrangente sobre a produção do biocombustível, que é uma das poucas fontes de energia que substitui, atualmente, grande parte dos combustíveis derivados de petróleo.

O Brasil é um dos grandes produtores de etanol do mundo, sendo responsável por 7 bilhões de galões por ano, quase 30% da produção mundial, de acordo com dados da Associação de Biocombustíveis Renováveis. Em nosso país, este biocombustível é obtido majoritariamente a partir da fração líquida da cana-de-açúcar.

Visando a uma produção mais sustentável, pesquisas têm se dedicado em otimizar tecnologias que têm como objetivo o aproveitamento dos resíduos de biomassa vegetal (como bagaço e palha de cana, palha de milho, madeira, etc) para a produção de etanol, o chamado bioetanol de segunda geração (bioetanol 2G), bem como aqueles produzidos a partir de microalgas (bioetanol 3G) e de resíduos de macroalgas (bioetanol 4G).

O Inmetro colabora com diversas pesquisas neste tema. No livro organizado pela Unesp, que aborda a produção de bioetanol da primeira à quarta geração, os pesquisadores da Dimav Marcos Paulo Vicentim, Youssef Sade, Paulo Beltrão e Daniela Akamine elaboraram os capítulos “Cellulose Enzymatic Hydrolysis and Its Technological Applications” e “Cellulases from Invertebrate Animals”.

A publicação apresenta os avanços no processo de produção de bioetanol, as perspectivas para seu uso como combustível (ou aditivo de combustível) e a integração do processo com a cogeração de energia elétrica e biorrefinaria. Há capítulos sobre os caminhos possíveis para a produção de bioetanol (capítulos 1 e 2), questões referentes à contaminação do processo de fermentação (capítulo 3), padrões analíticos aplicados ao controle de qualidade (capítulo 4) e análise dos tanques do processo de fermentação por meio de modelos matemáticos (capítulo 5). Quando se trata de substrato e material, a ozonólise é apresentada como um processo de pré-tratamento potencial (capítulo 6), e microalgas (capítulo 7) e macroalgas (capítulo 8), que são notáveis ??como substratos. Cobrindo o avanço da hidrólise enzimática, há uma visão geral sobre as propriedades e tecnologias das enzimas (capítulo 9), a produção de celulases a partir de animais invertebrados (capítulo 10) e a produção por fermentação em estado sólido (capítulo 11). Os usos do etanol foram abordados em looping químico (capítulo 12), uso em motores a diesel (capítulo 13) e para produção de hidrogênio (capítulo 14). A cadeia produtiva do bioetanol é avaliada como sendo integrada à cogeração de energia por meio do processo de densificação (capítulo 15).