.: Chave de Fenda - Ferramenta Manual (II) :.

Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Marcas Analisadas
Informações sobre as Marcas analisadas
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Conseqüência

Objetivo

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em Ferramentas Manuais – Chave de Fenda é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo Inmetro e que tem por objetivos:
a) prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
b) fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
c) diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada
d) tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não em conformidade com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir dos resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes interessadas, as ações necessárias de apoio aos setores produtivos na busca da melhoria da qualidade dos produtos, tornando o produto nacional mais competitivo e contribuindo para que o consumidor tenha, a sua disposição no mercado, produtos seguros e adequados as suas necessidades.

Justificativa

A análise de conformidade realizada nas amostras de Ferramentas Manuais vai ao encontro do Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados a questões que envolvam a segurança dos usuários.

A reconstrução da evolução humana baseia-se em estudos realizados nos escassos e fragmentados elementos encontrados ao longo da História.

Esses elementos são os fósseis humanos e os vestígios de objetos fabricados pelo homem primitivo encontrados por arqueólogos que permitem estimar que há, aproximadamente, 4 milhões de anos os mais antigos antepassados do homem encontravam-se definitivamente estabelecidos na superfície terrestre.

Os vestígios descobertos refletem a evolução humana, permitindo dividir a História em três idades, a partir da matéria-prima utilizada para a "fabricação" destes objetos: Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro, e revelam que o homem, desde os tempos mais remotos, sempre criou instrumentos utilizados com o objetivo de facilitar seus afazeres diários.

Os utensílios de uso comum se desenvolveram de acordo com a evolução das culturas primitivas que, por sua vez, foram se aperfeiçoando à medida que materiais mais aptos foram sendo descobertos e novas técnicas de elaboração foram sendo utilizadas.
As descobertas mais significativas são as ferramentas feitas de pedra e osso, relacionadas à manutenção das necessidades fundamentais da existência humana: nutrição, moradia e defesa.

Ao longo do tempo, o homem desenvolveu seu cérebro e sua destreza em relação ao uso de armas e ferramentas. Para sua fabricação as pedras mais utilizadas eram o quartzo, a obsidiana, o sílex, a quartzita e outros materiais cristalinos capazes de manterem-se afiados.

Foi apenas entre os anos de 9.000 e 1.000 A.C., que o homem descobriu que os metais poderiam ser isolados de determinadas rochas e que, ao serem aquecidos a altas temperaturas, poderiam ser modelados através do emprego de um martelo. A descoberta de metais como o cobre, o bronze e o ferro constitui o marco histórico do surgimento da metalurgia.

Entretanto, a descoberta mais relevante dessa época foi a forja do ferro, dada a grande abundância que esse metal pode ser encontrado na natureza e ao fato de que, quando misturado ao carbono, transforma-se em aço, metal que fornece o gume mais afiado de todos. A evidência mais antiga que se tem da utilização do aço provém da Ásia Ocidental, entre os anos de 2.000 e 1.500 A.C., onde se fundiam e forjavam utensílios e armas.

Ao longo do tempo, a importância do aço cresceu. Hoje, ele é utilizado como matéria-prima para a fabricação de uma gama quase infinita de produtos manufaturados e semimanufaturados.
O aço está presente nas embalagens desenvolvidas para a indústria alimentícia; nos botijões de gás de cozinha; nos meios de transporte; nas torres de transmissão, transformadores, subestações e cabos elétricos das usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares; na construção civil; etc.
O aço martela, prega e aparafusa, ou seja, é a matéria-prima principal das ferramentas manuais utilizadas pelo homem moderno.Atualmente, podem ser encontradas no mercado, ferramentas com diferentes formatos, tamanhos e procedências, principalmente de origem chinesa e indiana, que se destinam aos mais variados fins, adaptadas para cada tipo de trabalho que se deseja realizar.

Este relatório trata da análise dos resultados obtidos pelas amostras das marcas de Chaves de Fenda que foram submetidas a uma série de ensaios que verificaram a conformidade do produto aos parâmetros dimensionais e de desempenho das normas de especificação existentes.

Foto: Modelos de Chaves de Fenda

 



Normas e Documentos de Referência

Para a realização dos ensaios foram utilizadas as seguintes normas:

NBR 11.811, de fevereiro de 1991: Chave de Fenda Simples e Ponteira de Fenda Simples - Especificação

NBR 12.466, de fevereiro de 1991: Chave de Fenda Simples - Formas e Dimensões

NBR 12.057, de fevereiro de 1991: Ferramenta de Fenda Simples - Verificação da Resistência à Torção

NBR 7.550, de outubro de 1982: Cabo Plástico para Ferramentas Manuais de Parafusar - Volumes e Dimensões


Laboratório Responsável pelos Ensaios

Os ensaios nas amostras de chaves de fenda foram realizados pelo Laboratório de Ensaios Mecânicos e Metalurgia, pelo laboratório do Centro de Pesquisas Químicas e pelo Laboratório de Metrologia Dimensional do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais da Faculdade de Engenharia Industrial - FEI, localizada em São Bernardo do Campo, São Paulo.

Cabe ressaltar que o laboratório responsável pela realização dos ensaios dimensionais faz parte da Rede Brasileira de Calibração - RBC do Inmetro.

Os laboratórios integrantes da RBC têm assegurada a rastreabilidade de suas medidas a padrões nacionais, através da calibração dos seus padrões de referência diretamente pelo Laboratório Nacional de Metrologia - LNM.

Marcas Analisadas

A análise foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Goiás, Pará, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, e identificou 44 (quarenta e quatro) diferentes marcas de chaves de fenda, dentre as quais, 22 (vinte e duas) eram importadas.

Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência de conformidade do produto, não é necessário analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Foram selecionadas, com base na tradição e participação de cada marca no mercado nacional, 15 (quinze) marcas de chaves de fenda para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.

A tabela I, a seguir, relaciona os fabricantes/importadores que tiveram amostras de seus produtos analisadas.

Tabela I

Marcas

Origem

A

SP

B

China

C

SP

D

SP

E

RS

F

China

G

MG

H

China

I

China

J

E.U.A.

K

RS

L

RS

M

China

N

Importada

O

China

 

Observação:

Os fornecedores responsáveis pela importação das marcas "H", e "I", não foram identificados.

Diante disso, e de acordo com o artigo 13 do Código de Defesa do Consumidor que declara que: "O comerciante é igualmente responsável ... quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados", a responsabilidade pelo produto foi atribuída ao ponto de venda onde a amostra fora adquirida.

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Ensaios Realizados e Resultados Obtidos

De acordo com solicitação do laboratório responsável pelos ensaios, foram compradas quatro amostras de cada uma das marcas de Chave de Fenda selecionadas para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade descritos a seguir.

Antes de iniciarmos a descrição dos ensaios e seus respectivos resultados, cabe ressaltar que, em muitos momentos, serão utilizados termos referentes às partes da chave de fenda que, para muitos, podem não ser usuais. Portanto, a inserção do desenho a seguir visa minimizar dúvidas que possam surgir quanto à identificação da localização de pontos específicos no produto.

  Verificação das Marcações

De acordo com a norma técnica, as chaves de fenda simples devem apresentar, de forma durável, gravações com a largura da ponta (b), com o comprimento da haste (L1) e com a marca ou símbolo do fabricante, pois a identificação do fabricante e do produto adquirido trata-se de uma garantia adicional para o consumidor que terá a quem recorrer no caso da ocorrência de defeitos ou acidentes envolvendo o produto.

Essas indicações não devem estar presentes apenas na embalagem descartável que acompanha o produto, e sim, permanecer legíveis durante a vida útil da ferramenta.

Das 15 (quinze) marcas de chaves de fenda analisadas, apenas 05 (cinco), ou seja, cerca de 33% (trinta e três por cento) do total, traziam todas as informações consideradas obrigatórias. As demais marcas foram consideradas não conformes, pois não indicavam, pelo menos, uma das informações exigidas por norma.

Dentre as 10 (dez) marcas consideradas não conformes, 50% (cinqüenta por cento), ou seja, 05 marcas, não apresentavam nenhuma informação.

Características Físicas e Mecânicas

Material Utilizado para Fabricação do Cabo

Nesse ensaio foi verificado o atendimento às especificações técnicas descritas pela norma brasileira no que diz respeito ao material utilizado para a fabricação do cabo das amostras de chave de fenda. De acordo com a norma: "O cabo deve ser fabricado de plástico resistente ...".

Através do ensaio de inspeção visual, verificou-se que, das 15 (quinze) marcas de chave de fenda analisadas, apenas a marca "N" foi considerada não conforme, pois o material do cabo das amostras é feito de madeira.

Todas as demais marcas foram consideradas conformes.

Acabamento das Superfícies

Esse ensaio tem por objetivo verificar, através de inspeção visual, se as superfícies das partes principais das amostras de chave de fenda analisadas (cabo e haste) apresentam as seguintes características:

Cabo:

ausência de rebarbas, estrias de escoamento, bolhas e poros
extremidade arredondada

Haste:

ausência de cascas, rebarbas, trincas e fissuras em toda a sua extensão
proteção anticorrosiva

O tipo de acabamento da haste pode ser cromado1, cadmiado2 ou oxidado3 preto e oleado4.

1Revestimento de cromo que confere ao metal coloração prateada. Elemento metálico duro e maleável, o cromo está presente na formação de inúmeras ligas metálicas.

2Revestimento do metal através de processo eletrolítico (eletrólise). A eletrólise é o conjunto de fenômenos químicos através dos quais deposita-se sobre o metal da ferramenta uma película de algum elemento químico metálico, no caso, o cádmio.

3Reação química através da qual o metal é combinado com o oxigênio, conferindo-lhe maior dureza.

4Proteção superficial dada ao metal, com o objetivo de aumentar sua resistência à oxidação (formação de ferrugem).

Essas especificações visam garantir, além da segurança do usuário contra possíveis acidentes durante o manuseio do produto, uma boa manejabilidade da ferramenta e a manutenção de suas características técnicas durante sua vida útil, principalmente, no que se refere à existência de proteção superficial contra corrosão, ou seja, que impeça a oxidação do metal da haste.

As marcas "B", "D", "H", "L" e "M" foram consideradas não conformes, pois foram encontradas rebarbas na superfície dos cabos de suas respectivas amostras, representando risco em potencial para a segurança do usuário durante o manuseio da ferramenta.

Em relação aos demais requisitos, todas as amostras foram consideradas conformes.

Dureza da Haste

Esse ensaio verifica a dureza da haste das amostras de chave de fenda analisadas.

A dureza pode ser entendida como a resistência que o metal oferece à deformação permanente quando submetido a esforços mecânicos. Para isso, o metal é tratado termicamente com o objetivo de incrementar suas propriedades mecânicas, aumentando sua resistência, sem deixá-lo muito "duro", o que o torna frágil e, portanto, quebradiço, nem muito "mole", que o torna susceptível a deformações permanentes.

De acordo com a norma: "As hastes devem ser tratadas termicamente em todo o comprimento e apresentar o valor mínimo de dureza de 50HRC, para as chaves-de-fenda simples ... Estes valores devem ser encontrados num comprimento mínimo igual ao triplo da largura "b" ... a partir da ponta.", ou seja, a dureza do metal que compõe a haste deve ser medida em três diferentes pontos ao longo do comprimento da haste, mais precisamente, na região onde os maiores esforços de torção são exercidos.

A tabela II descreve os resultados de dureza encontrados durante o ensaio, considerando as incertezas das medições, e as não conformidades detectadas.

Tabela II

 

Valores Encontrados (HRC)
(Parâmetro: Dureza ³ 50 HRC)

 

Marcas

1º Ponto

2º Ponto

3º Ponto

Conclusão

A

54,0

54,8

53,5

Conforme

B

56,0

56,5

56,4

Conforme

C

52,5

53,2

51,5

Conforme

D

54,8

56,0

55,0

Conforme

E

50,0

50,0

52,0

Conforme

F

29,5

51,9

53,8

Não Conforme

G

51,0

52,0

51,8

Conforme

H

-

-

-

Não Conforme

I

-

-

-

Não Conforme

J

55,0

56,8

57,0

Conforme

K

52,0

52,5

51,8

Conforme

L

55,5

56,5

56,0

Conforme

M

24,0

24,0

30,0

Não Conforme

N

29,0

30,0

52,0

Não Conforme

O

48,0

54,5

53,5

Conforme

 

Observação:

A unidade HRC refere-se ao método utilizado para determinação da dureza Rockwell para materiais metálicos.

Como pode ser observado, das 15 (quinze) marcas analisadas, 05 (cinco) foram consideradas não conformes, pois apresentaram dureza abaixo do especificado pela norma em, pelo menos, um dos pontos medidos.

Cabe ressaltar os resultados obtidos pelas amostras das marcas "H" e "I". A dureza das amostras de ambas as marcas não puderam ser determinadas dentro da escala de medição utilizada, demonstrando que a haste dessas ferramentas foram fabricadas a partir de materiais metálicos mais "moles" e, portanto, tendem a apresentar deformações quando submetidas a esforços mecânicos, como quando durante o manuseio do produto. 

Fixação da Haste ao Cabo e Verificação da Resistência à Torção

Esses dois ensaios têm por objetivo determinar o comportamento das amostras de chave de fenda quando submetidas a esforços mecânicos que simulam situações de uso do produto. Eles são realizados simultaneamente utilizando-se um equipamento capaz de aplicar torções crescentes, sem oscilações ou solavancos, até o valor limite de torção determinado em função da largura "b" da ponta da ferramenta submetida ao ensaio.
De acordo com a especificação da norma técnica: "A haste da chave de fenda deve ser rigidamente fixada ao cabo plástico de forma segura e permanente. O cabo não pode girar sobre a haste ...".
A tabela III descreve os valores limites de torção mínimos definidos para cada largura da ponta das amostras de chave de fenda analisadas.
Por exemplo: a ponta de uma chave de fenda com largura de 2mm (dois milímetros), deve suportar uma torção de, no mínimo, 0,30 N.m (³ 0,30 N.m) e assim por diante.

Tabela III

Largura "b" (mm)

Momento de Torção Mínimo (N.m)

2

0,30

2,5

0,40

3

0,7

4

2,6

5,5

5,5

8

11,5

10

25,6

12

48,0

 

Observação:

A torção é aplicada de forma gradativa e os valores do momento de torção foram registrados no início da deformação permanente da ponta da chave de fenda.

A tabela IV descreve a largura da ponta de cada uma das amostras de chave de fenda analisadas, os parâmetros e os resultados dos ensaios realizados, considerando a incerteza das medições, e as não conformidades encontradas.

Tabela IV

Marcas

Largura "b"

Momento de Torção

Resultado dos Ensaios

Conclusão

Momento de

Fixação da

Medida (mm)

Mínimo (N.m)

Torção (N.m)

Haste ao Cabo

A

5,82

5,5

7,84

Conforme

Conforme

B

4,84

5,5

3,34

Conforme

Não Conforme

C

12,10

25,6

48,54

Conforme

Conforme

D

6,46

5,5

4,51

Conforme

Não Conforme

E

3,86

2,6

2,58

Conforme

Conforme

F

7,69

11,5

13,24

Conforme

Conforme

G

6,30

5,5

7,11

Conforme

Conforme

H

6,46

5,5

2,24

Conforme

Não Conforme

I

4,73

2,6

0,77

Conforme

Não Conforme

J

6,88

11,5

8,33

Conforme

Não Conforme

K

8,83

11,5

19,86

Conforme

Conforme

L

5,46

5,5

4,95

Conforme

Não Conforme

M

6,48

5,5

7,85

Conforme

Conforme

N

5,84

5,5

5,00

Conforme

Não Conforme

O

6,42

5,5

5,39

Conforme

Conforme

 

Pela análise dos resultados, observamos que:

Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes no ensaio que verifica a fixação da haste ao cabo.

No ensaio de momento de torção, das 15 (quinze) marcas analisadas, 07 (sete) foram consideradas não conformes, pois não atingiram o momento de torção mínimo especificado em função da largura "b" da ponta, ou seja, as amostras dessas marcas apresentaram deformação permanente antes do limite mínimo de torção que deveriam suportar.

Características Dimensionais (Formas e Dimensões)

Este ensaio verifica se as dimensões das amostras de chave de fenda analisadas atendem às especificações da norma no que diz respeito à fabricação de uma ferramenta com dimensões padrões.

Por se tratar de produto relacionado ao trabalho manual, essa padronização visa oferecer ao usuário uma ferramenta que garanta a sua segurança e que atenda às suas necessidades, principalmente, no que se refere à manejabilidade.

Em função da diversidade de tamanhos em que esse produto pode ser encontrado, a norma técnica especifica 35 (trinta e cinco) dimensões padrões, classificadas a partir da largura "b" da ponta e do comprimento da haste "L1". Essas duas dimensões são utilizadas como referência para as demais dimensões verificadas. Vide os quadros a seguir.

Quadro I

Dimensões de Referência (mm)

Dimensões Padrões Verificadas (mm)

d

Haste (L1)

Haste+Cabo (L2)

Cabo (?)

(b x L1)

(mínimo)

(mínimo)

(máximo)

(mínimo)

(mínimo)

2 x 63 (1)

2

63 68 118 60

2,5 x 75 (2)

2,5

75 80 130 60

3 x 80 (3)

3

80

85

155

80

3 x 100 (4)

100

105

175

80

3 x 125 (5)

125

130

200

80

3 x 150 (6)

150

155

225

80

4 x 38 (7)

4

-

-

-

4 x 40 (8)

-

-

-

4 x 80 (9)

80

85

165

90

4 x 100 (10)

100

105

185

90

4 x 125 (11)

125

130

210

90

4 x 150 (12)

150

155

235

90

5,5 x 38 (13)

5

-

-

-

5,5 x 40 (14)

-

-

-

5,5 x 100 (15)

100

105

195

100

5,5 x 125 (16)

125

130

220

100

5,5 x 150 (17)

150

155

245

100

5,5 x 200 (18)

200

205

295

100

5,5 x 250 (19)

250

255

345

100

8 x 38 (20)

7

-

-

-

8 x 40 (21)

-

-

-

8 x 125 (22)

125

130

230

110

8 x 150 (23)

150

155

255

110

8 x 200 (24)

200

205

305

110

8 x 250 (25)

250

255

355

110

8 x 300 (26)

300

305

405

110

10 x 150 (27)

8

150

155

265

120

10 x 175 (28)

175

180

290

10 x 200 (29)

200

205

315

10 x 250 (30)

250

255

365

10 x 300 (31)

300

305

415

12 x 200 (32)

9

-

-

120

12 x 250 (33)

250

255

365

12 x 300 (34)

300

305

415

12 x 350 (35)

350

355

465

 

Quadro II

Dimensões Padrões Verificadas (mm)

Tolerâncias (mm)

Largura

Espessura

Largura da Ponta (b)

Espessura da Ponta (a)

da Ponta (b)

da Ponta (a)

Mínima

Máxima

Mínima

Máxima

2

0,4 -0,14 0 (zero) 0 (zero) 0 (zero)

2,5

3

0,5

4

0,8

-0,18 -0,27 +0,05

5,5

1,0

8

1,2

-0,22

10

1,6

12

2,0

-0,27

 

Observação:

Para maiores detalhes, ver desenhos da página 10.

O desenho a seguir descreve o posicionamento de cada uma das dimensões verificadas.

Onde:
L1: comprimento da haste
L2: comprimento total (haste + cabo)
L: comprimento do cabo
d: diâmetro da haste
b: largura da ponta
a: espessura da ponta
A tabela VI descreve os valores obtidos para cada uma das dimensões medidas e as não conformidades encontradas, considerando-se as incertezas de medição.

Tabela VI

Marcas

Valores Encontrados

Conclusão

b x L1 (mm)

L2 (mm)

d (mm)

Ângulo da Ponta (a )
(7º £ a £ 10º)

a (mm)

A(16)
5,82 x 121,77
225,12
6,31
8º 40’
1,11
Não Conforme
B(18)
4,84 x 197,36
290,27
4,79 x 4,78
9º 12’
1,00
Não Conforme
C(27)
12,10 x 150,85
272,53
9,48
8º 51’
2,23
Não Conforme
D(16)
6,46 x 124,58
219,82
5,98
7º 41’
0,86
Não Conforme
E(12)
3,86 x 148,08
237,02
4,00
8º 23’
0,80
Não Conforme
F(22)
7,69 x 124,68
216,00
6,97
8º 59’
1,50
Não Conforme
G(17)
6,30 x 153,30
263,43
6,29
6º 25’
1,09
Não Conforme
H(17)
6,46 x 141,22
218,22
4,44
8º 13’
1,00
Não Conforme
I(9)
4,73 x 54,39
117,10
3,02
7º 34’
0,45
Não Conforme
J(17)
6,88 x 151,56
245,78
6,30
7º 56’
1,05
Não Conforme
K(22)
8,83 x 125,70
235,02
7,45
7º 31’
1,25
Não Conforme
L(16)
5,46 x 127,41
225,28
4,75
8º 47’
0,99
Não Conforme
M(18)
6,48 x 204,18
297,76
5,74 x 5,75
8º 44’
1,24
Não Conforme
N(16)
5,84 x 125,46
232,33
5,80
9º 45’
0,86
Não Conforme
O(16)
6,42 x 125,13
192,06
5,92
8º 42’
0,96
Não Conforme

 

Observação:

Os números entre parênteses correspondem àqueles descritos no Quadro I e foram colocados com o objetivo de classificar as dimensões medidas dada a dificuldade de enquadrá-las em função das dimensões de referência (b x L1) e de suas dimensões correspondentes.

As hastes das amostras das marcas Black Bull e Western possuem seção retangular e não circular como as demais amostras e de acordo com o especificado pela norma.

De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que todas as amostras de chave de fenda analisadas foram consideradas não conformes, pois apresentaram, pelo menos, uma das dimensões verificadas fora das tolerâncias dos parâmetros normativos. 

Tipo, Comprimento e Volume do Cabo

Esse ensaio, primeiramente, classifica o tipo de cabo de cada uma das amostras de chave de fenda analisadas em função do seu comprimento "?". Vide figura a seguir. Além disso, verifica a conformidade da relação existente entre o comprimento e o volume do cabo, a fim de garantir a melhor manejabilidade da ferramenta durante o seu uso.

A tabela VI relaciona os tipos de cabos (L, M e K) existentes, os comprimentos de cabo especificados e seu volumes correspondentes.

Tabela VI

Tipos de Cabos Comprimento "?" (mm) Volume Mínimo (cm3)
L (longo) 60 5
70 7
80 14
90 25
100 35
110 50
120 70
M (médio) 70 23
K (curto) 50 23

Exemplo: Cabo tipo L, comprimento 70mm => volume 7cm3

A tabela VII descreve os resultados dos ensaios, a classificação dos cabos e os parâmetros para as medições do comprimento e do volume para cada uma das marcas analisadas.

Tabela VIII

Marcas Parâmetros(mm) Comprimento x Volume Resultados (mm)Comprimento x Volume Conclusão
A
100 x 35
103,35 x 36
Conforme
B
100 x 35
92,91 x 24
Não Conforme
C
120 x 70
121,53 x 76
Conforme
D
100 x 35
95,24 x 28
Não Conforme
E
90 x 25
88,94 x 28
Não Conforme
F
110 x 50
91,32 x 37
Não Conforme
G
110 x 50
110,13 x 36
Não Conforme
H
100 x 35
77,00 x 12
Não Conforme
I
90 x 25
62,71 x 5
Não Conforme
J
110 x 50
94,22 x 30
Não Conforme
K
110 x 50
109,32 x 46
Não Conforme
L
100 x 35
97,87 x 48
Não Conforme
M
100 x 35
93,58 x 32
Não Conforme
N
100 x 35
106,87 x 40
Não Conforme
O
100 x 35
66,93 x 20
Não Conforme

Observação:
Em função dos resultados obtidos pelos ensaios, todos os cabos das amostras de chave de fenda analisadas foram classificados como sendo do tipo L.
Os parâmetros para comprimento do cabo (?), encontrados na segunda coluna da tabela VIII, estão relacionados aos valores das dimensões de referência, ou seja, da largura da ponta (b) e do comprimento da haste (L1), encontrados na segunda coluna do Quadro I, página 10.

Como pode ser observado, das 15 (quinze) marcas analisadas, 13 (treze) foram consideradas não conformes nesse ensaio, ou seja, cerca de 87% (oitenta e sete por cento) apresentaram irregularidade em, pelo menos, uma das medições.

A grande incidência de não conformidades nos ensaios dimensionais realizados pode ser atribuída à diferença entre as unidades utilizadas. Enquanto as dimensões padrões são descritas pela norma em milímetros (mm), o produto é fabricado e colocado no mercado, em sua maioria, com as dimensões em polegadas ("). A conversão dos valores em polegadas para milímetros não resulta em valores exatos que, mesmo considerando-se as tolerâncias e as incertezas das medições, encontram-se fora dos padrões normativos. A seguir é descrita a relação entre valores em polegadas e em milímetros.

1" (polegada) = 25,4 milímetros (mm)

Resultado Geral

Marcas

Ensaios Realizados

Conclusão

Verificação Das Informações

Características Físicas e Mecânicas

Características Dimensionais

Material do Cabo

Acabamento das Superfícies

Dureza da Haste

Fixação da Haste ao Cabo

Resistência à Torção

Haste

Cabo

A

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

B

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

C

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

D

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

E

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

F

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

G

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

H

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

I

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

J

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

K

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

L

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

M

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

N

Não Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme

O

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Não Conforme



Conclusões

De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que a tendência da conformidade das marcas de chave de fenda disponíveis no mercado nacional é de apresentarem-se em desacordo com os requisitos estabelecidos pelas normas técnicas atualmente vigentes.
Todas as amostras analisadas foram consideradas não conformes em, pelo menos, um dos ensaios das características técnicas verificadas, sendo que o maior número de irregularidades foi detectado no ensaio que verifica as dimensões das amostras, que apresentou índice de não conformidade de 100%.
Esse resultado pode ser atribuído a dois fatores identificados pelas características das amostras analisadas:

A incidência, quase total, das amostras fabricadas com dimensões com base no Sistema Métrico Inglês, ou seja, em polegadas, dificultando o enquadramento dos resultados dos ensaios dimensionais em relação aos parâmetros normativos descritos em milímetros, segundo o Sistema Internacional.

A necessidade de revisar a norma técnica vigente, publicada em fevereiro de 1991, no sentido de refletir a atual demanda do setor.

Além disso, pode ser indicativo da existência de problemas generalizados no setor no que diz respeito a dificuldades em exercer o controle eficaz do processo de fabricação do produto.

Em relação ao ensaio de Verificação das Marcações, 10 (dez) das 15 (quinze) marcas analisadas foram consideradas não conformes, pois não apresentavam todas as informações consideradas obrigatórias pela norma, o que corresponde a um índice de não conformidade de cerca de 67%, mesmo índice obtido pela classe de ensaios que verificaram as características físicas e mecânicas das amostras.

Apesar dos resultados obtidos, podemos destacar, dentre as amostras analisadas, o desempenho de 04 (quatro) marcas. São elas:"A", "C", "E" e "G", pois apresentaram não conformidades apenas nos ensaios de verificação dimensional, indicando a superioridade do produto nacional quando comparado ao de origem estrangeira.

Essa superioridade pode ser confirmada pela análise do gráfico a seguir que compara o percentual de não conformidade do produto nacional com o do importado, ensaio a ensaio.

Como pode ser observado, o percentual de não conformidade do produto importado demonstrou-se maior que o do nacional em todos os ensaios realizados.

Diante do exposto, o Inmetro convocará as partes interessadas, fabricantes e importadores de ferramentas em geral, institutos de pesquisa, laboratórios, representantes de organismos de defesa dos consumidores e a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, especificamente, o Comitê Brasileiro 04, de Máquinas e Equipamentos Mecânicos, para que sejam discutidas medidas que possam ser implantadas visando a melhoria da qualidade do setor.

Conseqüências

Data

Conseqüências

11/03/2000

Divulgação no Programa Fantástico - Rede Globo de Televisão

11/05/2001 Reunião com representantes do setor produtivo, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, entidade de defesa do consumidor e do Inmetro, com o objetivo de definir medidas de melhoria para o setor.
  Principais Definições: Revisão das normas técnicas brasileiras, reativação da entidade representativa dos fabricantes do setor.
30/07/2001 Primeira reunião da Comissão de Estudo da ABNT para elaboração das normas. Principais Definições: Criação de Grupos de Trabalho, um para cada tipo de ferramenta analisada, e elaboração de normas específicas para alicate, chave de fenda e martelo de aço.