.: Chá :.
Resumo da Análise Resumo da AnáliseNa Inglaterra, a pausa para o chá, tea break, é uma tradição de aproximadamente 200 anos. Inicialmente, quando os trabalhadores começavam seus dias por volta das 6 horas da manhã, os patrões permitiam uma pausa no trabalho matutino, quando eram servidos comida e chá; sendo que, alguns patrões, repetiam esta pausa à tarde. Este hábito encontrou oposição por parte de alguns industriais, porém, antes mesmo do surgimento de sindicatos, os trabalhadores impuseram a sua vontade e a pausa para o chá continua até os dias de hoje. A Festa do Chá de Boston, em 1773, teve uma participação decisiva na história da independência dos Estados Unidos. Nesta época, beber chá era tão popular nas colônias britânicas quanto na Inglaterra. A oposição ao aumento da taxa de importação de chá representou um exemplo precoce da rebelião americana contra os regulamentos britânicos. Este evento contribuiu decisivamente para a guerra que culminou na independência americana. No Japão, religião e arte estão extremamente ligadas. A Cerimônia do Chá, peculiar desse país, consiste em beber uma variedade de chá em pó. A arte do chá cultiva quatro virtudes básicas: harmonia, respeito, pureza e serenidade. Durante a cerimônia, o anfitrião deve saber criar a atmosfera adequada para que estes princípios sejam sentidos intensamente pelos participantes. A Cerimônia do Chá é geralmente realizada em jardins bem cuidados, para acrescentar beleza e harmonia ao ritual. O consumo de chá no Brasil vem crescendo nos últimos tempos. Atualmente, encontram-se, no mercado nacional, chás de várias espécies de plantas. O chá preto, o mais tradicional, divide as prateleiras dos supermercados com diferentes tipos de chás oriundos de plantas consideradas terapêuticas ou medicinais. Entre os chás, considerados medicinais, destacam-se:
Normas e Documentos de ReferênciaOs ensaios verificaram a conformidade de amostras de chá de acordo com os seguintes documentos:
Laboratório Responsável pelos EnsaiosOs ensaios foram realizados no Laboratório do Centro de Química de Alimentos e Nutrição do Instituto de Tecnologia de Alimentos ITAL. O ITAL pertence à Coordenadoria de Pesquisa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Marcas AnalisadasA seleção das marcas a serem analisadas foi precedida de uma pesquisa de mercado nos seguintes estados: Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande Sul, Goiás e Paraná. Foram analisadas três marcas de chá preto, três de chá de camomila e três de chá de hortelã; duas marcas de chá de boldo e uma marca de chá misto (floral). Informações das Marcas AnalisadasCom relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
Ensaios RealizadosForam compradas 800g de cada marca de chá. As amostras foram submetidas a ensaios de conformidade em relação a:
Características sensoriais Este ensaio procura avaliar as características de aparência e odor do chá na forma seca e, da aparência, odor, sensação na boca e sabor da infusão do chá preparada conforme recomendação escrita nas embalagens das marcas analisadas. Todas as marcas analisadas foram consideradas conformes. Características físico-químicas As marcas de chá preto, chá de camomila e chá de hortelã foram analisadas de acordo com os requisitos de umidade, cinzas e cinzas em HCl presentes na proposta de Portaria 550/97. Nas marcas de chá preto foi utilizada a Resolução 12/78 para ensaio de teor de chumbo. Devido a inexistência de parâmetros físico-químicos específicos para chá de boldo e chá misto (floral), as marcas analisadas deste tipo não apresentaram resultados conclusivos. Somente uma marca de chá de camomila foi considerada não conforme no ensaio de teor de cinzas em HCl. Este resultado representa comprometimento na pureza do produto. Características microbiológicas Neste grupo de ensaios microbiológicos, foi realizada a análise segundo os parâmetros presentes na Portaria nº 451, de 19 de setembro de 1997, do Ministério da Saúde. No entanto, de acordo com o Instituto Adolfo Lutz e a ABIA, na Portaria 451/97, Grupo IX PRODUTOS A SEREM CONSUMIDOS APÓS A ADIÇÃO DE CALOR, letra a) chá, café, mate e produto de infusão, os limites de Coliformes Totais, Coliformes Fecais, Clostrídios Sulfitos Redutores, Staphylococcus aureus, Bolores e leveduras e Contagem Padrão em Placas estão em desacordo com a Portaria nº 01 DINAL/MS 1987, legislação que serviu como base para a confecção da Portaria 451/97. Este fato torna inconclusivo os resultados obtidos para os ensaios microbiológicos. Na proposta de correção e aprimoramento da Portaria 451/97, estes itens deverão ser corrigidos. Características microscópicas Nestes ensaios procura-se avaliar a existência de sujidades, microorganismos patogênicos e outras impurezas capazes de provocar alterações do alimento. A Resolução CNNPA nº 12/78, legislação atualmente em vigor, e a proposta de Portaria SVS nº 550/97 preconizam a ausência de sujidades, parasitas e larvas. Como é de conhecimento geral, a ausência total de sujidades é considerada rígida demais para a microscopia de produtos agrícolas in natura. O FOOD DEFECT ACTION LEVELS, do Food and Drug Administration FDA, legislação que rege os produtos alimentícios americanos, diz ser impraticável, do ponto de vista econômico, plantar, produzir e processar produtos vegetais in natura, como no caso de chás e especiarias, totalmente isentos de quaisquer sujidades. O Ministério da Saúde está discutindo e reavaliando a legislação em vigor, no que diz respeito a ausência total de sujidades, adequando-a aos padrões internacionais. Os parâmetros de aceitação dos padrões microscópicos propostos pela ABIA para todos os tipos de chá, e utilizados neste ensaio, estão descritos na tabela abaixo. Os chás de camomila são considerados chás de flores inteiras.
(m) Limite de contagem que separa produtos de qualidade aceitável de produtos de qualidade marginal. (M) Limite de contagem que separa produtos de qualidade marginal de produtos de qualidade inaceitável. Três marcas foram consideradas não conformes neste ensaio. ConclusõesA legislação nacional em vigor para chá Resolução 12/78 do Ministério da Saúde somente contempla parâmetros de aceitação para os chás tipo preto e tipo verde. É certo que na situação atual de abertura do mercado, no ramo de chás e infusões, o Brasil exporta produtos típicos, como por exemplo o guaraná, e está importando cada vez mais chás aromatizados e misturas de várias plantas, flores e frutas. A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde diante da necessidade de fixar a identidade e as características mínimas de qualidade para as plantas destinadas à preparação de infusões ou decocções (chás) criou, através da Portaria nº 550, de 31 de outubro de 1997, Regulamento Técnico específico para estes produtos. Atualmente, este Regulamento encontra-se em consulta pública, para que sejam apresentadas sugestões, fundamentadas tecnicamente, em relação ao conteúdo desta Portaria. Contudo, cabe ressaltar que a proposta de Regulamento para chá ainda encontra-se defasada em relação aos tipos de chá encontrados no mercado nacional. Os chás oriundos de algumas plantas (boldo, hibisco, tília, carqueja, banana, pêra e manga) não foram incluídos na proposta de Regulamento Técnico. Todos os produtos mencionados fazem parte de infusões consumidas seja no Brasil, seja em outros países que exportam seus chás para o Brasil, dentro do mercado nacional. Em certos casos, a presença das espécies citadas é indispensável para a caracterização de misturas de certas bebidas típicas. Os resultados gerais observados evidenciaram problemas em termos de qualidade nas marcas de chá disponíveis no mercado brasileiro. Das 12 marcas analisadas, 5 marcas foram consideradas não conformes, ou seja, cerca de 40% das marcas analisadas. Conseqüências
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